terça-feira, 16 de novembro de 2010

AS CARTAS DE DEUS - Segunda Carta

Quero continuar nossa conversa buscando um pouco do passado de vocês e tentar corrigir algumas falhas nas suas interpretações a meu respeito e minhas atitudes, ou ainda, minhas “omissões” (usei esse termo por muitos acharem que fui omisso em vários momentos). Sei que vou decepcionar a muitos e impressionar milhões, por isso é necessário dizer de início que Eu não sou uma “força”, uma “energia”, como muitos pensam. Não, não.... me comparar com uma força física qualquer é, no mínimo, me reduzir a minha própria criação. Parem para pensar: se Eu criei a gravidade, a inércia, a cinética, como é que Eu posso ser apenas uma força?! Eu criei, então, no mínimo, sou bem mais que uma força. Quando Eu me apresentei para Moisés disse para ele que “Eu Sou o que Sou”. Não estava querendo dar um nó na mente daquele servo valoroso, mas resumi da melhor maneira quem “Eu sou” (não posso dizer quem Eu era, pois Eu continuo sendo o que sempre fui e serei). Sei que a mente limitada, que Eu dei para cada um de vocês, é incapaz de “ilimitar” minhas dimensões, até porque tais dimensões não existem pra mim nem em mim. Eu não tenho início nem fim, não nasci, não envelheço e nunca vou morrer! Não tenho forma ou matéria como todos os outros deuses criados por vocês, em qualquer de suas mitologias, culturas ou credos. Faço isso justamente para não ser comparado a nada que a criativa mente humana possa imaginar. Até já tentaram me retratar no teto de uma belíssima capela, como sendo um velho robusto de barbas e cabelos grisalhos, tocando no dedo de Adão, minha mais fantástica criatura, dando vida a ele. Sem dúvida é uma obra de arte lindíssima, fruto do talento que dei de presente a Michelangelo, mas mesmo assim Eu não posso ser comparado com nada que exista, pelo simples fato de que tudo que existe é de minha autoria, então não posso ser comparado à minha criação.
Não posso ser uma força por outro motivo: Eu penso, sinto, falo, escuto, me alegro, me aborreço, fico triste, tomo decisões e tenho vários comportamentos que são dignos de uma pessoa. Isso mesmo, uma pessoa. Eu sou uma pessoa, não uma força! Por acaso a gravidade pensa? Alguém já soube de um dia em que a inércia falou com algum ser humano? Ou que a cinética ouviu os seus prantos? Ou que os átomos se alegraram com a atitude de alguém? Creio que agora todos já reconheçam que “Eu Sou o que Sou”. E quando Eu quero agir, quem pode me impedir?
Com relação às minhas chamadas “omissões” (pelo menos muitos tratam o meu silêncio assim), eu gostaria de dizer que muitas das vezes não agi porque não deveria. Tomem como exemplo a morte de meu filho na cruz. Eu poderia ter salvo a vida dele apenas fazendo todos os seus oponentes, fariseus, soldados ficarem cegos. Ou, quem sabe, acometendo todos eles de um mal que lhes tirasse a vida subitamente naquele momento. Mas eu não deveria fazer nada disso, pois as profecias precisavam se cumprir à respeito do Cristo de Deus, à respeito da sua morte vicária pelos pecados dos seres humanos. Para que os homens e mulheres pudessem ter uma nova chance de voltar a me adorar em espírito e em verdade.
Eu poderia ter impedido a morte do apóstolo Paulo e de Pedro? Sim, poderia. Eu poderia ter feito o coração de Adolf Hitler parar de bater antes de iniciar a 2ª Grande Guerra? Sim, poderia. Ou quem sabe impedir que a imoralidade e corrupção se instalasse no clero enquanto várias criaturas vis eram escolhidas como Papas, meus supostos representantes na terra? Sim, eu poderia ter impedido tudo isso, até os atentados de 11 de Setembro, contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, mas não o fiz porque lá no início da vida humana eu dei de presente para todos vocês o livre arbítrio. Com ele lhes dei o poder de escolher o certo e o errado, o bom e o ruim, coisas boas e coisas más. Já pararam para pensar se eu interviesse em tudo que eu visse de errado acontecendo no meio de vocês? Ótimo, então vou começar a interferir no cérebro de todos os humanos e forçá-los, com o meu poder, a crerem em mim e somente em mim como o único e verdadeiro Deus que existe. Seria ótimo, não seria? Tratar todos vocês como robôs programados para me adorar? Tenho certeza que ninguém gostaria que eu ditasse como devem viver. Gostam da sua liberdade, de terem o poder de fazer escolhas. Gostariam que Eu bloqueasse nas suas mentes a vontade de adulterar? Que Eu bloqueasse a vontade de se embriagar? De acabarem com seus pulmões com cigarros? De pensar e falar imoralidades e perversidades? E se Eu retirasse de seus corações a vontade de freqüentar as boates e noitadas regadas a bebidas, sexo livre e drogas? Talvez se eu acabasse com os jogos de azar das loterias ou dos cassinos... Então porque me pedem para intervir apenas nas coisas que vocês acham ruins? Se não devo intervir nos seus corações também não me peçam para intervir em suas ações, não seria nada justo usarmos, como vocês dizem, dois pesos e duas medidas, não é mesmo? Então agora já dá para todos vocês perceberem que existe uma coisa chamada “Vontade” e outra chamada “Permissão”. A minha vontade é que todos vocês um dia reconheçam meu filho, Jesus, como o salvador de suas vidas, e como único intermediário entre os homens e Eu. Mas Eu sei que isso não vai acontecer com todos. Muitos continuarão com seus corações duros, arrogantes e soberbos demais para aceitar que existe alguém superior aos anjos e profetas, capaz de perdoar todos os erros de suas vidas e dar-lhes a vida eterna. Muitos continuarão arrogantes e soberbos ao ponto de falarem bobagens do tipo: Mas quem disse que eu preciso ser salvo de alguma coisa? É triste... mas assim será... e, com certeza, não estarão na eternidade comigo e meu Filho Unigênito.