segunda-feira, 12 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

SEGUNDA PARTE

3- Os mansos
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”(vs.5)

Sempre caímos no erro de comparar uma pessoa mansa com alguém covarde, passivo, sem atitude, que fala baixo e nunca demonstra estar com raiva ou protestando por algum direito seu. Ser manso não é ser fraco, pois é preciso ser muito forte para contrariar a opinião pública, remar contra a maré dos modismos e costumes pecaminosos e dizer: Sou de Jesus! Também se olharmos a seqüências das BAs (Bem-aventuranças) veremos que as duas primeiras fazem parte do relacionamento Deus-homem. Mas aqui a benção vem para aqueles que desenvolvem um relacionamento homem-próximo. Como eu trato meu próximo? Como ele me vê? Como reajo diante dele? Em grego o termo é praotes (que significa ponto de equilíbrio entre dois extremos). Jesus está nos motivando a sermos moderados, equilibrados, termos bom-senso. O termo também é utilizado para o processo de domesticar um animal selvagem para que ele aprendesse a ser manso, submisso e obediente ao seu mestre, seu dono. Mansidão, assim como a humildade e o choro, são características da entrega total do homem a Deus. É entregar a Ele nossas causas, nossos direitos, nossos litígios e dificuldades. Podemos citar como exemplos Abraão com Ló, ou Davi com Saul e Jesus (Fl.2:5 a 11). E herdarão a terra, pois todos os coléricos, sanguíneos e brutos tendem a encontrar a morte pela guerra, brigas, etc.


4- Fome e sede de justiça
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”(vs.6).

Num primeiro momento temos que entender o contexto no qual Jesus diz essas palavras. As pessoas que moravam naquela região da Palestina, eram, na sua grande maioria, pobres, que passavam realmente fome e desidratavam pela sede. Também eram oprimidas pelo poder do conquistador, Roma! Naquele contexto, Jesus faz um paralelo, dizendo que um dia a justiça (no sentido de penalidade a um crime) viria ao povo oprimido (Sl 37:1 a 11), mas aquela justiça não era a mais importante, pois também estava falando em justiça no sentido de justificação diante de Deus ( Rm 5:1 a 5). Jesus está dizendo, com outras palavras, que são felizes, abençoadas, as pessoas que buscarem com fome e com sede a justificação das suas vidas diante de Deus, através do sacrifício de Jesus na cruz, com a mesma vontade, com a mesma gana com que queriam a justiça contra os romanos. Quando tenho fome e sede desta justificação significa dizer que quero me livrar da presença e do poder do pecado e, consequentemente, me aproximar cada vez mais de Deus, buscando santificação, fartura de Deus em minha vida. Estar farto significa estar saciado, mas também implica dizer que vamos continuar querendo mais de Deus a cada dia... (Sl.63:1 e 143:6).


5- Os Misericordiosos
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (vs.7)

Você é uma pessoa misericordiosa? Ser misericordioso não é ser permissivo ou sentir pena de alguém que está sofrendo. A palavra que Jesus usou foi “elcemon”, que significa: habilidade de estar na pele de outra pessoa, de ver, sentir e pensar como ela. É colocar-se voluntariamente no lugar do outro. Foi isso que Deus fez por nós, através de Jesus quando o “o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Também vemos isso em Fl.2:6-7, nas parábolas do Bom Samaritano (Lc.10:30-37) e do credor incompassivo (Mt.18:23-35).
Quando somos misericordiosos com alguém, sentimos compaixão por sua condição miserável e temos um desejo de aliviar essa situação. A seqüência das BAs demonstra as etapas que nos levam aos pés de Cristo. Quando sou humilde de espírito reconheço minha total dependência de Deus em tudo na minha vida. Então choro por minha condição de pecaminosidade perante um Deus santo e isso me dá disposição para andar com mansidão diante de Deus e dos homens. Reconhecendo que o sangue de Jesus (o sacrifício) nos justifica diante de Deus, temos disposição para sermos misericordiosos, como Deus foi conosco. Se já fui perdoado, tenho disposição para perdoar. Se já experimentei as profundezas da misericórdia do Senhor, meu espírito vingativo desaparece (Rm.12:19) e passo a ser misericordioso. Sem entender o quanto Deus me perdoou nunca poderei perdoar, se não entender quão profunda é a misericórdia do Senhor, não poderei ser uma pessoa misericordiosa.

(Na próxima semana, terceira e última parte)

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