domingo, 4 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

PRIMEIRA PARTE

O Objetivo desse estudo é nos ajudar a entender cada bem-aventurança das palavras de Jesus e ver sua implicação pratica para nosso dia-a-dia, nos ensinando de que realmente o mundo há de passar, mas as palavras de Jesus não passarão.


1- Humildade (ou pobreza)>“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (vs.3).

Precisamos entender o significado da palavra humilde ou pobre nas palavras de Cristo. Há duas palavras no grego para defini-las: A primeira é penês (que descreve o homem que precisa trabalhar duro para ganhar o pão de cada dia) e ptochos (que descreve a pobreza total), e é a palavra usada nesta frase do messias. Pobreza total consiste nos seguintes aspectos: pobre, sem poder/ influência/ prestígio, oprimido/ explorado, e finalmente, o homem sem recurso nenhum neste mundo. Por não ter recursos, tornou-se totalmente dependente de Deus.
Portanto, se lermos as “entrelinhas” da primeira bem-aventurança, Jesus está dizendo: Feliz o homem que reconhece sua total dependência e incapacidade de sair de sua situação miserável, depositando toda a confiança em Deus.


2- Os que choram
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”(vs.4).


A verdadeira felicidade muitas vezes pode vir através do choro. Mas o que significa esse choro? Significa que, depois de reconhecermos nossa pobreza (da 1ª bem-aventurança), reconhecemos também nossa profunda pecaminosidade original (queda do homem). O verbo “chorar” usado por Jesus é o mais forte possível na língua grega. É usado para expressar o choro pelos mortos. É o mesmo usado quando Jacó ouviu que seu filho José fora morto. Quando o homem reconhece toda a santidade de Deus e em contrapartida o seu próprio coração desesperadamente corrupto, é constrangido a chorar. Quando o homem pergunta a si mesmo: por que sou orgulhoso, invejoso, ciumento? Por que não consigo vencer aquele pecado ou vício em minha vida? Ao fazer essas auto-perguntas ele reconhece sua natureza pervertida e chora, e então pode exclamar como Paulo em Rm.7:24. Isso o motiva a olhar para o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.


3- Os mansos
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”(vs.5)


Sempre caímos no erro de comparar uma pessoa mansa com alguém covarde, passivo, sem atitude, que fale baixo e nunca demonstre estar com raiva ou protestando por algum direito seu. Ser manso não é ser fraco, pois é preciso ser muito forte para contrariar a opinião pública, remar contra a maré dos modismos e costumes pecaminosos e dizer: Sou de Jesus! Também se olharmos a seqüências das BAs (Bem-aventuranças) veremos que as duas primeiras fazem parte do relacionamento Deus-homem. Mas aqui benção vem para aqueles que desenvolvem um relacionamento homem-próximo. Como eu trato meu próximo? Como ele me vê? Como reajo diante dele? Em grego o termo é praotes ( que significa ponto de equilíbrio entre dois extremos). Jesus está nos motivando a sermos moderados, equilibrados, termos bom-senso. O termo também é utilizado para o processo de domesticar um animal selvagem para que ele aprendesse a ser manso, submisso e obediente ao seu mestre, seu dono. Mansidão, assim como a humildade e o choro, são características da entrega total do homem a Deus. É entregar a Ele nossas causas, nossos direitos, nossos litígios e dificuldades. Podemos citar como exemplos Abraão com Ló, ou Davi com Saul e Jesus (Fl.2:5 a 11). E herdarão a terra, pois todos os valentes tendem a encontrar a morte pela guerra, brigas, etc.


4- Fome e sede de justiça
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”(vs.6).


Num primeiro momento temos que entender o contexto no qual Jesus diz essas palavras. As pessoas que moravam naquela região da Palestina, eram, na sua grande maioria, pobres, que passavam realmente fome e desidratavam pela sede. Também eram oprimidas pelo poder do conquistador, Roma! Nesse contexto, Jesus faz um paralelo, dizendo que um dia a justiça (no sentido de penalidade a um crime) viria ao povo oprimido (Sl 37:1 a 11), mas aquela justiça não era a mais importante, pois também estava falando em justiça no sentido de justificação diante de Deus ( Rm 5:1 a 5). Jesus está dizendo, com outras palavras, que são felizes, abençoadas, as pessoas que buscarem com fome e com sede a justificação das suas vidas diante de Deus, através do sacrifício de Jesus na cruz, com a mesma vontade, com a mesma gana com que queriam a justiça contra os romanos. Quando tenho fome e sede desta justificação significa dizer que quero me livrar da presença e do poder do pecado e, consequentemente, me aproximar cada vez mais de Deus, buscando santificação, fartura de Deus em minha vida. Estar farto significa estar saciado, mas também implica dizer que vamos continuar querendo mais de Deus a cada dia...

(semana que vem, a segunda parte).

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