sábado, 27 de março de 2010

"Eu Sou o que Sou"


(Êxodo 3:14)

Quero convidar você a relembrar esse episódio do Velho Testamento, quando Moisés, após fugir do Egito e encontrar guarida nas terras de Jetro, seu sogro, pastoreava as ovelhas ao pé do monte Sinai e uma delas se perdeu do grupo, subindo o monte e se afastando, o que fez com que Moisés subisse em seu socorro, para trazê-la de volta ao rebanho. Convido você também a congelar essas cenas em sua memória e abrir um parêntese para relembrar quem era Moisés. Ele havia nascido hebreu, criado pelos egípcios até sua juventude e após descobrir que em suas veias não corria o sangue dos faraós, mas dos escravos, mata um egípcio e foge para o deserto, onde, após quase ser morto pelas agruras da sede, da fome e do calor irresistível, acha refúgio nas terras do sacerdote de Midiã, Jetro, que viria a ser seu sogro, local aquele em que passará quarenta anos antes de ter sua vida sacudida abruptamente pelo Senhor Deus, criador dos céus e da terra.
Podemos afirmar que Moisés teve contato com toda a idolatria egípcia de sua época, afinal, vivia no palácio e desfrutava de certos confortos, apesar de não ser da linhagem real. Acompanhou, como todo egípcio, as oferendas e cultos aos deuses do Egito, como Ísis, Osíris, Set, Amom e Rá. Mas ao mesmo tempo recebia alguma instrução sobre o Deus verdadeiro que sua mãe biológica, Joquebede (que havia sido escolhida como ama da princesa egípcia), lhe passava durante os anos de sua infância. Com certeza, a mente daquele jovem, que depois tornou-se num adulto maduro, mesmo depois de deixar o Egito com quarenta anos, estava um pouco confusa, afinal, ouvira falar de tantos deuses! O deus de sua mãe verdadeira seria apenas mais um no meio de muitos.
Mas, voltemos ao momento em que ele sobe o monte atrás da ovelha perdida e, para sua surpresa, vê ao longe uma cena incomum. Uma sarça, um tipo de arbusto, em chamas. Porém, o que chamava a atenção era o fato de que, mesmo sendo tomada pelas labaredas a sarça não era consumida pelo fogo. Então ele ouve uma voz que chamava pelo seu nome. Naquele momento, após mandar Moisés retirar as sandálias, porque estava pisando em solo santificado, Deus se apresenta a ele, apagando qualquer dúvida sobre quem Ele era:

“Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abrahão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó.” (Êxodo 3:6)

Com esta frase o Senhor mostrava a Moisés que Ele não era nenhum dos deuses egípcios, mas Aquele que sua mãe lhe falara no passado. Ao citar Abrahão, Isaac e Jacó o Senhor mostrava a Moisés que Ele era o Deus de seu povo escravizado e também o Deus do patriarca de todos, Abrahão. Quando Deus se apresenta para nós Ele faz questão de não deixar dúvidas sobre quem Ele é. Quando Cristo entra em nosso coração, Ele faz questão de não nos deixar dúvidas sobre a salvação que nos concedeu.
Feitas as devidas apresentações, Deus sacode a vida de Moisés com a maior de todas as missões já realizadas em toda a Bíblia Sagrada: voltar ao Egito, ao lugar onde tudo começou, rever a terra que havia lhe proporcionado alegrias, tristezas e o obrigado a fugir. Mais do que isso. Deveria falar ao faraó que Deus estava ordenando (não pedindo) que deixasse os escravos partirem daquela terra para a liberdade e posterior adoração ao pé do monte. Depois de todas as desculpas e dificuldades que vieram à mente de Moisés, ele percebeu que não tinha jeito. Deus tinha uma saída para cada uma delas, até para o fato dele ser “pesado de língua”, ou seja, gago. Essa é mais uma lição que aprendemos, pois quando Deus coloca uma missão para nós cumprirmos, Ele com certeza providencia as condições necessárias para que alcancemos o objetivo que está no coração Dele. Mas existia ainda uma última dúvida? Quem seria anunciado como o “Deus de Abrahão, de Isaac e de Jacó”? Aquele título era conhecido dos escravos, e nem de todos eles, mas não do grande faraó, que pela tradição e religião egípcia por si só já era considerado um deus. Qual o nome que o deus da sarça ardente gostaria que fosse anunciado? Então Deus responde a ele: “Eu Sou o que Sou”. Para muitos esta resposta seria frustrante, mas com esta breve frase Ele está resumindo o seguinte: “Eu sou o primeiro e o Último, o Alfa e o ômega, o princípio e o fim, Aquele que sempre existiu e nunca vai deixar de existir. Sou aquele que não precisa de nome próprio para ser invocado, que está presente em qualquer lugar, seja onde existe matéria ou não. Sou o Criador e não criatura. Sou aquele que quando quer agir ninguém pode impedir, Sou o Deus dos impossíveis, dos milagres, das mudanças de vida, Sou aquele que transforma o interior das pessoas, que estende a mão no momento da angústia e do sofrimento. Sou aquele que visita a dor da viúva e o desespero dos órfãos. Aquele que transforma os maridos e as esposas, que livra os filhos das drogas, que salva os casamentos, que faz de um assassino um ganhador de almas, Sou tudo que existe de bom, justo, verdadeiro, fiel e agradável. Por tudo isso, não poderia existir um nome para mim”.
Vem então a pergunta: Quem é Deus para você? Qual é o perfil de Deus que você guarda no coração? Muitos crentes adoram deuses diferentes: Um que os faz ter medo, outro que é amoroso, mais um que os atende nas dificuldades, outro que não tem tanto poder assim ou é incapaz de realizar certas coisas (como perdoar certos pecados que achamos muito sérios e imperdoáveis). Nosso Deus não muda. Ele É o que É. Nós somos o problema, Ele é a solução. Creia nisso, apegue-se ao Senhor, confie Nele e tenha a certeza de que Ele quer balançar a sua vida também. Além de lhe abençoar com tudo o que há de melhor, Ele também quer usar você para algo muito importante na obra Dele que é fazer com que mais e mais pessoas cheguem aos pés da cruz e aceitem a Jesus como suficiente Salvador de suas vidas, tal qual você um dia fez.

domingo, 21 de março de 2010

“A minha graça te basta, porque meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”


Ao ler uma frase como essa, vindo da boca do próprio Deus, ficamos a pensar o que diriam os defensores da chamada Teologia da Prosperidade. É interessante como o Apóstolo Paulo encarou essas palavras vindas do alto. Podemos imaginar um homem que, pelo padrão de mérito humano, mereceria algum presente de Deus, fosse ele qual fosse. Um homem que tinha tudo, instruído, capacitado, representante do Sinédrio, com poder nas mãos, e que, de repente, resolve largar tudo por causa de Jesus Cristo e uma missão quase que suicida: pregar o evangelho aos gentios. Depois encontramos alguém que definitivamente não foi alcançado pela Teologia da Prosperidade, pois como alguém pode afirmar a uma pessoa que foi presa, torturada, ficou doente, sofreu naufrágio e, finalmente, executada, que a prosperidade é uma regra a todos que confiam no Senhor? Paulo possuía um “espinho na carne” que ele mesmo comenta. Provavelmente, segundo o pensamento dos estudiosos, era um problema de cegueira parcial ou catarata, que o atrapalhava muitas e muitas vezes, até nas tentativas de escrever suas cartas que tomam conta de grande parte do Novo Testamento. Mas, poderia ser outro tipo de enfermidade, ou, quem sabe, até alguma fraqueza que enfrentasse. Mas o foco aqui não é saber qual era o seu problema, mas apenas identificar que ele possuía um, e muito grave, pois ele já havia orado, clamando, pedindo a Deus que retirasse aquele mau do seu corpo, numa tentativa de ver-se aliviado daquela pendência que, inclusive, o atrapalhava na sua missão de propagar o evangelho de maneira mais dinâmica, otimizando o seu tempo e suas atividades.
Mas a resposta de Deus foi curta, eficaz e suficiente para que o apóstolo aprendesse algumas lições com aquelas breves palavras. A Sua grande graça bastava! Pois Paulo precisava entender que o poder de Deus se aperfeiçoa nas fraquezas dos seus servos. Todos nós, sem exceções, temos algum espinho em nossa carne, em nossas vidas, temos fraquezas, algum tipo de enfermidade, seja ela física ou espiritual. O que estamos pedindo em oração ao Senhor? Que nos cure, claro! Principalmente aqueles que enfrentam limitações físicas. Mas lembremos que a graça de Deus está acima de todas as nossas supostas necessidades e enfermidades e que ela se manifesta nos momentos em que mais estamos fracos, sem forças ou sem condições de fazermos algo por nós mesmos. Ficamos à mercê somente do Senhor. Se tivéssemos apenas a Sua graça para nos sustentar todos os dias, já seria um ótimo presente, mas temos muito mais do que isso! Temos vida em nossos corpos, temos o pão do dia, a proteção do Senhor, os livramentos diários e acima de tudo isso, temos a certeza que herdaremos a vida eterna com Jesus! Lá, na Nova Jerusalém, nossos corpos serão perfeitos, pois estarão glorificados, a dor e a tristeza não existirão! Os que não esperam ansiosos por aquele dia, quando Jesus voltar, são pessoas que ainda não aprenderam a viver pela graça de Deus. Quando a dificuldade chegar, diga com confiança para Deus: “Senhor, a tua graça me basta”. Creia nisso e seja abençoado pelo Senhor!