terça-feira, 16 de novembro de 2010

AS CARTAS DE DEUS - Segunda Carta

Quero continuar nossa conversa buscando um pouco do passado de vocês e tentar corrigir algumas falhas nas suas interpretações a meu respeito e minhas atitudes, ou ainda, minhas “omissões” (usei esse termo por muitos acharem que fui omisso em vários momentos). Sei que vou decepcionar a muitos e impressionar milhões, por isso é necessário dizer de início que Eu não sou uma “força”, uma “energia”, como muitos pensam. Não, não.... me comparar com uma força física qualquer é, no mínimo, me reduzir a minha própria criação. Parem para pensar: se Eu criei a gravidade, a inércia, a cinética, como é que Eu posso ser apenas uma força?! Eu criei, então, no mínimo, sou bem mais que uma força. Quando Eu me apresentei para Moisés disse para ele que “Eu Sou o que Sou”. Não estava querendo dar um nó na mente daquele servo valoroso, mas resumi da melhor maneira quem “Eu sou” (não posso dizer quem Eu era, pois Eu continuo sendo o que sempre fui e serei). Sei que a mente limitada, que Eu dei para cada um de vocês, é incapaz de “ilimitar” minhas dimensões, até porque tais dimensões não existem pra mim nem em mim. Eu não tenho início nem fim, não nasci, não envelheço e nunca vou morrer! Não tenho forma ou matéria como todos os outros deuses criados por vocês, em qualquer de suas mitologias, culturas ou credos. Faço isso justamente para não ser comparado a nada que a criativa mente humana possa imaginar. Até já tentaram me retratar no teto de uma belíssima capela, como sendo um velho robusto de barbas e cabelos grisalhos, tocando no dedo de Adão, minha mais fantástica criatura, dando vida a ele. Sem dúvida é uma obra de arte lindíssima, fruto do talento que dei de presente a Michelangelo, mas mesmo assim Eu não posso ser comparado com nada que exista, pelo simples fato de que tudo que existe é de minha autoria, então não posso ser comparado à minha criação.
Não posso ser uma força por outro motivo: Eu penso, sinto, falo, escuto, me alegro, me aborreço, fico triste, tomo decisões e tenho vários comportamentos que são dignos de uma pessoa. Isso mesmo, uma pessoa. Eu sou uma pessoa, não uma força! Por acaso a gravidade pensa? Alguém já soube de um dia em que a inércia falou com algum ser humano? Ou que a cinética ouviu os seus prantos? Ou que os átomos se alegraram com a atitude de alguém? Creio que agora todos já reconheçam que “Eu Sou o que Sou”. E quando Eu quero agir, quem pode me impedir?
Com relação às minhas chamadas “omissões” (pelo menos muitos tratam o meu silêncio assim), eu gostaria de dizer que muitas das vezes não agi porque não deveria. Tomem como exemplo a morte de meu filho na cruz. Eu poderia ter salvo a vida dele apenas fazendo todos os seus oponentes, fariseus, soldados ficarem cegos. Ou, quem sabe, acometendo todos eles de um mal que lhes tirasse a vida subitamente naquele momento. Mas eu não deveria fazer nada disso, pois as profecias precisavam se cumprir à respeito do Cristo de Deus, à respeito da sua morte vicária pelos pecados dos seres humanos. Para que os homens e mulheres pudessem ter uma nova chance de voltar a me adorar em espírito e em verdade.
Eu poderia ter impedido a morte do apóstolo Paulo e de Pedro? Sim, poderia. Eu poderia ter feito o coração de Adolf Hitler parar de bater antes de iniciar a 2ª Grande Guerra? Sim, poderia. Ou quem sabe impedir que a imoralidade e corrupção se instalasse no clero enquanto várias criaturas vis eram escolhidas como Papas, meus supostos representantes na terra? Sim, eu poderia ter impedido tudo isso, até os atentados de 11 de Setembro, contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, mas não o fiz porque lá no início da vida humana eu dei de presente para todos vocês o livre arbítrio. Com ele lhes dei o poder de escolher o certo e o errado, o bom e o ruim, coisas boas e coisas más. Já pararam para pensar se eu interviesse em tudo que eu visse de errado acontecendo no meio de vocês? Ótimo, então vou começar a interferir no cérebro de todos os humanos e forçá-los, com o meu poder, a crerem em mim e somente em mim como o único e verdadeiro Deus que existe. Seria ótimo, não seria? Tratar todos vocês como robôs programados para me adorar? Tenho certeza que ninguém gostaria que eu ditasse como devem viver. Gostam da sua liberdade, de terem o poder de fazer escolhas. Gostariam que Eu bloqueasse nas suas mentes a vontade de adulterar? Que Eu bloqueasse a vontade de se embriagar? De acabarem com seus pulmões com cigarros? De pensar e falar imoralidades e perversidades? E se Eu retirasse de seus corações a vontade de freqüentar as boates e noitadas regadas a bebidas, sexo livre e drogas? Talvez se eu acabasse com os jogos de azar das loterias ou dos cassinos... Então porque me pedem para intervir apenas nas coisas que vocês acham ruins? Se não devo intervir nos seus corações também não me peçam para intervir em suas ações, não seria nada justo usarmos, como vocês dizem, dois pesos e duas medidas, não é mesmo? Então agora já dá para todos vocês perceberem que existe uma coisa chamada “Vontade” e outra chamada “Permissão”. A minha vontade é que todos vocês um dia reconheçam meu filho, Jesus, como o salvador de suas vidas, e como único intermediário entre os homens e Eu. Mas Eu sei que isso não vai acontecer com todos. Muitos continuarão com seus corações duros, arrogantes e soberbos demais para aceitar que existe alguém superior aos anjos e profetas, capaz de perdoar todos os erros de suas vidas e dar-lhes a vida eterna. Muitos continuarão arrogantes e soberbos ao ponto de falarem bobagens do tipo: Mas quem disse que eu preciso ser salvo de alguma coisa? É triste... mas assim será... e, com certeza, não estarão na eternidade comigo e meu Filho Unigênito.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

AS CARTAS DE DEUS - Primeira Carta

Amados filhos e amadas criaturas feitas por mim. Sei que parece estranho Eu enviar uma carta para a humanidade, mas, devido a todos os acontecimentos dos últimos dois mil e poucos anos terrestres, entendo que seria a maneira mais fácil de me aproximar de todos vocês, já que, na última vez que tentei fazer isso de maneira mais “humana”, meu Filho Unigênito foi crucificado em Jerusalém, demonstrando que na verdade o mundo não me queria, pelo menos naquele momento da história. Por isso, fiquei pensando por algum tempo... quero dizer, algum tempo se usarmos o padrão humano de tempo, como horas, minutos e segundos...uma vez que para mim essa contagem não existe... Sei que uma carta não é algo assim tão espetacular quanto abrir o mar ou transformar as águas do Nilo em sangue ou ainda fazer as muralhas de Jericó irem ao chão. Bem que Eu poderia gravar minhas palavras na pedra, com letras talhadas pelo fogo de raios, como fiz com Moisés no monte Sinai, mas, como Eu tenho muito mais pra falar do que apenas Dez Mandamentos, ficaria um pouco difícil pra vocês empilharem tantas tábuas de pedra, não é mesmo? Então, pensei por um bilionésimo de segundo, na melhor maneira de me fazer entender por todos que tivessem acesso a estas linhas. Por isso é que tive todo o cuidado de escrever em uma linguagem universal, desconhecida da humanidade, mas com o poder de, quando apreciada pelos olhos humanos, mesmo dos chamados analfabetos, fazer-se entendível em qualquer idioma conhecido sobre a Terra. Em qualquer esquina do planeta minhas palavras serão entendidas e absorvidas. Então podem considerar como um milagre mesmo, afinal, eu tenho longa experiência em fazer muitos deles. E por falar em Terra, deixe-me começar a falar dela e de todos os zilhões e zilhões de outros corpos celestes existentes nos milhares de, como vocês chamam, “universos”. Pois é, entre tantas centenas de astros Eu resolvi, do nada, criar tudo. Podem chamar de “Big Ben” mesmo, não me importo. Porém, aconteceu porque Eu assim resolvi que aconteceria, minha explosão silenciosa, pois lembrem que no espaço não há oxigênio para produzir aquelas explosões dos filmes que vocês adoram assistir. E depois de incontáveis “tempos” fui permitindo que a matéria que Eu havia criado fosse se ajustando, até formar conjuntos de astros, com órbitas próprias, com gravidade, girando sempre ao redor de um astro comburente, que, diga-se de passagem, existem muitos por essa infinidade de espaço. Vocês chamam o seu de Sol, mas ele tem muitos irmãos, maiores e menores, mas vocês não precisam conhecer a fundo estes outros, não....gastem melhor os bilhões de dólares que utilizam nestas pesquisas espaciais para alimentar os miseráveis famintos do planeta que Eu dei como presente para vocês! Pra quê saber se existe água em Marte se na Terra existe tanta gente com sede nos lugares áridos dos países? Pra que saber se existe vida em algum outro planeta se existem tantos sendo entregues à morte na África todos os dias terrestres? Pra quê saber se Eu criei outros seres inteligentes além de vocês? Vocês não conseguem tomar conta de um único planeta com a inteligência que tem, que diremos tomar conta de mais um ou dois? Afinal, cuidar dos necessitados não é tarefa minha, é tarefa daqueles a quem eu concedi riquezas materiais, mas mesmo assim eu cuido muitas vezes por misericórdia. E aqui não falo em pessoas ricas, mas em países, nações ricas! Pensam que os miseráveis e pobres são de minha responsabilidade? Estão enganados, não são não. Eles estão nessa situação por culpa dos homens, não por minha culpa. Meus planos eram os melhores possíveis para todos vocês. Eu coloquei seus pais no “Paraíso”, literalmente falando. Lá tinha tudo para todos, mesmos para os que fossem gerados até hoje. Ninguém precisaria se preocupar com a comida, com a bebida, com roupas ou com a morte. Ninguém precisaria de endocrinologistas, de terapeutas, de nutrólogos, ninguém morreria de stress, ninguém ficaria obeso ou com vergonha do próprio corpo, ninguém seria vítima de “bala perdida” ou morreria atropelado por um bêbado sem carteira dirigindo na contra-mão.....não...ali todos seriam felizes, apenas Me adorando, Me amando e sendo amados por Mim. Bom, não preciso continuar essa parte da história porque todo mundo já sabe a tolice que Adão e Eva fizeram ao dar ouvidos à serpente, não é?
O resultado foi desastroso... mas, como Eu também dei o livre-arbítrio para todos, tiveram em suas mãos o poder de escolher: Me amar, Me esnobar, Me rejeitar, até Me odiar...mas, na verdade, as opções só são duas: quem não é por mim é contra mim. Neste aspecto sou muito radical. Não tem meio termo, ou Me querem ou não Me querem. O problema é que muitos de vocês só me querem por perto quando estão passando por problemas ou necessidade. Na hora do desespero até os ditos ateus se lembram de mim. Mas no restante de suas vidas me querem bem distante, para não opinar ou aconselhar ninguém conforme aquilo que EU sei que sempre foi o melhor para todos.
Bem, como Eu disse no início, vou me ater aos últimos dois mil e poucos anos terrestres, pois sei que a grande maioria de vocês, devido ao corre-corre do dia-a-dia, não teria tempo para ler muitas páginas, mesmo que escritas por Deus. Afinal, a novela deve começar daqui à pouco, ou vai ter que levar o filho para a natação, ou, quem sabe, está na hora de ir à academia (volto a dizer: no Paraíso vocês não precisariam disso...). Desde que meu Filho foi crucificado em Jerusalém, muitas coisas, boas e ruins, aconteceram. Entre as boas, a palavra de salvação começou a ganhar o mundo através dos discípulos e apóstolos que foram cheios do Meu Santo Espírito e começaram a correr por todos os lugares, fazendo cada vez mais discípulos e seguidores da Palavra. Pessoas mudavam seus estilos de vida, abandonavam suas vidas erradas e tinham um verdadeiro encontro com a Verdade. Mesmo perseguidos, continuavam fiéis, muitos morrendo em nome do meu Filho. Os chamados “cristãos” iam crescendo em número por todo o mundo conhecido na época, apesar das perseguições e torturas recebidas por aqueles que não negavam o meu nome. Tudo estava correndo, digamos, sob controle... até que uma de minhas criaturas, o imperador Constantino, por interesses pessoais, teve a idéia de transformar a crença livre e pura dos cristãos numa religião ..e ainda mais! Transformou aquela crença na religião oficial de seu império! Religião.....agora, Eu pergunto: quem foi que disse que mandei Meu Filho ao mundo para fundar uma religião?! Eu o mandei com o propósito de salvar a humanidade do Pecado Original, aquele que o paizão Adão cometeu junto com Eva, que separou os homens da minha presença! Mandei Meu Filho para ser um anunciador de uma vida feliz e abundante, de amor, de perdão, para que o homem conseguisse viver em harmonia com o seu próximo, visitando as viúvas, dando assistência aos órfãos, praticando a justiça e a verdade! Não o mandei para fundar nenhuma religião! Mas, tudo bem...se precisavam chamar de religião, “fazer o quê?”. Mas acharam pouco e cresceram os olhos para o comércio, para a usura, para o lucro! Nessa brincadeira transformaram a religião em estandarte das Cruzadas, e em Meu Nome e em Nome de Meu Filho, massacraram, dizimaram, violentaram e humilharam milhares de outros seres humanos, de crença e cultura diferentes, fazendo com que ambos, cristãos e muçulmanos, se odiassem até o dia terrestre de hoje. Onde os líderes cristãos estavam com a cabeça?! Achavam realmente que Meu Filho, que repreendeu a violência de seu discípulo Pedro ao cortar a orelha de Malco e que mandou vocês amarem seus inimigos, iria concordar com toda a carnificina que tornou aqueles dias em terror?! Se Eu não fosse Deus, ficaria surpreso com isso... mas, como tenho a onisciência a meu favor, fica mais fácil de entender porque vocês fazem determinadas escolhas para suas vidas. Fico contemplando as atitudes de algumas de minhas criaturas através de suas histórias e percebo como a inteligência e o raciocínio que dei a cada um, por vezes, não são colocados em funcionamento. Vejam só, há algum tempo atrás, Alexandre, chamado “O Grande” (muita presunção, não?) conquistou tudo que poderia ser conquistado, recebeu até o título de filho dos deuses no Egito, igualando-se aos faraós. O que aconteceu a ele? Hã? Alguém lembra? Eu digo.... passou mal e morreu. Simplesmente, morreu. Eu não o matei, como fiz com vários no passado, mas apenas permiti que a morte o abraçasse, para mostrar a todos, principalmente a ele, que ele não passava de carne e ossos, sangue e água. Um grão de poeira na praia do cosmo! Que de deus não tinha nada, era mortal como qualquer um de vocês, e teve o mesmo destino de qualquer rico ou pobre, intelectual ou ignorante, branco ou negro: a sepultura. Alguém que conquistou uma grande parte do mundo conhecido naqueles dias, um verdadeiro guerreiro! Morreu.....Não acham isso interessante? Ou medíocre?

domingo, 15 de agosto de 2010

MAIS UM POUCO DE "COLUNAS DE AREIA"

COLUNAS DE AREIA-"A História de Sansão”: Romance bíblico, baseado no livro de Juízes, conta a vida de um dos juízes mais polêmicos do Velho Testamento. Sansão. Seus feitos grandiosos muitas vezes eram apagados pelos exemplos negativos que ele deixava para o povo. Porém, a abordagem da vida deste homem, contado entre os “Heróis da Fé” é feita de maneira muito mais profunda e existencial do que conhecemos rasamente através da Bíblia Sagrada, intercalada com as brutais batalhas contra os filisteus. Como teria sido sua infância? A descoberta de sua força e do mundo a sua volta? Seus sentimentos mais íntimos? Sua fraqueza maior? Como ser fiel a um Deus que se mantinha calado? Como entender sua missão?

TRECHO DO LIVRO==================

...Sansão, naquele momento, simbolizava a honra e a auto-estima do povo! Ali, ele não era apenas um nazireu! Ele era a resposta dos céus!! Cada movimento de braço do gigante danita fazia com que grupos de soldados fossem jogados à distância! Então, os que ainda estavam vivos optaram por bater em retirada. Fugiram em direção à cidade, deixando o restante da colheita pra trás, juntamente com seus mortos. Em questão de minutos, o campo verdejante ao pé do monte, virou um amontoado de corpos retalhados e ensopados de sangue. Alguns poucos se mexiam, tentando vencer a disputa contra a morte, coisa que, após alguns segundos, chegavam a conclusão de que não havia como ganhar dela. Sansão olhou para todos aqueles corpos ao seu redor. Não contou quantos, mas eram muitos. Respirava pesadamente pelo esforço que havia feito. Fincou a espada de Lisvra no chão, enquanto olhava para o capacete que estava em sua outra mão, todo amassado e completamente molhado de sangue. Seu corpo estava todo respingado com aquele líquido carmesim. Sentiu nojo de suas roupas, agora avermelhadas. Seus braços apresentavam alguns cortes, provocados pelas espadas ou pelos ossos dos filisteus. Diante de tantos corpos uma dúvida residia em seu peito: “Como eu ainda estou vivo??”...........

sexta-feira, 30 de julho de 2010

COLUNA DE AREIA


COLUNAS DE AREIA-"A História de Sansão”: Romance bíblico, baseado no livro de Juízes, conta a vida de um dos juízes mais polêmicos do Velho Testamento. Sansão. Seus feitos grandiosos muitas vezes eram apagados pelos exemplos negativos que ele deixava para o povo. Porém, a abordagem da vida deste homem, contado entre os “Heróis da Fé” é feita de maneira muito mais profunda e existencial do que conhecemos rasamente através da Bíblia Sagrada, intercalada com as brutais batalhas contra os filisteus. Como teria sido sua infância? A descoberta de sua força e do mundo a sua volta? Seus sentimentos mais íntimos? Sua fraqueza maior? Como ser fiel a um Deus que se mantinha calado? Como entender sua missão?

TRECHO DO LIVRO COLUNAS DE AREIA
(...)O jovem nazireu virou-se e começou a andar, indo embora. Sabia que não poderia ficar em Timna, tampouco andando pelas cidades filistéias. Sua cabeça estaria valendo muito depois dos últimos acontecimentos.
Cephos, ao ver o açougue no qual o fundo de sua casa havia se transformado, não sabia se ficava contente pela vingança de Sansão ou temeroso por causa do futuro contra ataque do general de Gaza. Uma coisa era certa: seus escravos teriam muito trabalho pela manhã para retirar tantos corpos, inteiros ou pela metade, que decoravam toda a extensão de suas terras. Mas no fundo de seu coração sabia que sua filha havia se vingado de Azvah e aquilo lhe trazia grande alegria. Reconhecia que na noite do casamento o general aproveitou-se de seu descontrole e o coagiu a entregar Yashmin ao seu subordinado, coisa que ele arrependia-se profundamente. Na verdade, até sua alma estava lavada.
As labaredas ainda estalavam a palha e a madeira da cocheira, fazendo as chamas dançarem altas ainda, promovendo um espetáculo vermelho-amarelado. As pessoas começavam a chegar, apesar do frio da madrugada, para ver toda aquela confusão. Sansão não se importou com nenhuma delas, apenas ia andando, enquanto a multidão abria caminho, admirada com aquela tétrica visão e daquele gigante danita passando, como uma coluna de bronze suja de sangue e fuligem. Ele estava muito cansado, afinal, a batalha havia durado quase uma hora, onde seus braços, pernas e mente não pararam nem por um minuto. Apesar de ter acabado com a guarnição filistéia, a vingança do nazireu ainda não estava completa. O preço de sua felicidade frustrada custaria muito caro, e aqueles corpos estendidos e amontoados pelo campo tinham sido apenas uma parte do pagamento aos filisteus...

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE

6- OS LIMPOS DE CORAÇÃO
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (vs. 8)

Esta frase nos leva a uma profunda auto-análise. Ela exige que todo homem examine seu coração, seus motivos, seus mais profundos pensamentos e desejos para ver se eles são puros diante de Deus. A palavra “puro”, no grego, katharos, tem vários significados que vão nos ajudar a entender o que Jesus estava dizendo:

a)Era usada para o processo de lavar roupas sujas;
b)Era usada para o processo de debulhar o trigo, separando da palha;
c)Significava um exército depurado de todo soldado covarde, descontente e incapaz;
d)Era usada para o leite não diluído com a água;
e)Era usada para o metal que não tinha nenhuma impureza.

Através destes significados, podemos entender o que diz no Salmo 24: 3-4.

O verbo não significa apenas ser limpo ou lavado, mas também não ser hipócrita, ou agir de má-fé ou com dolo. Pelo contrário, fala de singeleza de intenção, propósito e motivo, conforme Jesus fala em Mt.6: 22-23. E quando o texto nos fala sobre o coração, obviamente não está falando do órgão musculoso que bombeia o sangue de nosso corpo, mas da mente, da consciência, da alma ( Mc.7:21-23, Jr.17:9, Pv.23:7).
E o que vem a ser o “ver” a Deus? É literal? É ilustrativo? Figura de linguagem? Linguagem de acomodação? ( Aqui deixo alguns textos para reflexão e discussão).

I Co.13:12, I Jo.3:1-2, Pv.7:15, Ez.39:29, Hb.9:24.

Literal ou não, a verdade é que estaremos diante da presença de Deus, de maneira mais explícita possível! E isso já será maravilhoso para todos nós.


7- OS PACIFICADORES
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”(vs.9).

O pacificador por vezes se confunde com o manso, pois ambos tentam a todo custo não incitar o comportamento violento e rude das pessoas. Tentam, ambos, evitar as guerras, as brigas, as desavenças. (Pv.16:7). Os pacificadores são aqueles que, nos momentos difíceis, agem como Jesus agiria se estivesse diante do problema ou situação. Os pacificadores são aqueles que não tem vergonha de pedir perdão, mesmo que não sejam culpados, só para ver a paz reinar. Os pacificadores são aqueles que farão de tudo ( que não vá de encontro a Palavra) para promover a reconciliação, o perdão, a paz. São aqueles que pensam bastante antes de falar. Muitos problemas não existiriam se as pessoas soubessem como falar com o seu próximo. Jesus foi o maior de todos os pacificadores, pois através do amor pelo homem Ele, em vida, demonstrou entender com precisão a humanidade, e na cruz, pelo seu sacrifício e ressurreição, deu o poder a todo aquele que crê, ser chamado de filho de Deus. Se você se considera filho de Deus, então deve demonstrar esse amor pacificador que Cristo nos deixou de exemplo.


8- OS PERSEGUIDOS
“Bem-aventurados os perseguidos, por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus”(vs.10).
Essa oitava e última bem-aventurança é diferente, pois não retrata as qualidades de uma vida feliz, mas descreve a maneira como o mundo trata o filho do reino. Implicitamente, só o fato de que ele é perseguido já demonstra que, no mínimo ele pensa, age e se comporta de maneira diferente. Seus padrões são diferentes, seus valores são diferentes, seu modo de ver o mundo, a vida, o próximo, a família, a política, os filhos, o trabalho, tudo é diferente. O mundo não está preparado para existir com pessoas mansas, pacíficas, misericordiosas, limpas de coração. Não! O mundo existe para pessoas completamente antagônicas aos preceitos de Deus.
Precisamos entender também o que era a perseguição a que Jesus se refere no texto. Pelo menos em 3 áreas o cristão era passivo de perseguição:

a) Na família;
b) Na Socieldade;
c) Nos empregos.

Isso sem contar as torturas e mortes hediondas que tinham que agüentar pelo nome de Cristo. As injúrias e calúnias que sofriam também eram terríveis (eram chamados de canibais, promotores de orgias sexuais, acusados de serem incendiários, etc).

E hoje? Quais são as perseguições/ calúnias que o crente moderno enfrenta?

Jesus foi perseguido e morto pelos líderes religiosos porque eles não suportavam a perfeição da Sua presença, pureza e bondade. Não tinham coragem para encarar a repreensão que Jesus lançava sobre eles, de sua hipocrisia, maledicência, rancor, que os deixava muito distantes de Deus. O mundo torce para que caiamos, dando motivo para nos escarnecerem. Por isso sempre irão nos perseguir. Mas que, acima de tudo, possamos nos sentir realmente bem-aventurados por seguirmos o caminho do Senhor. Não somos perfeitos, mas devemos buscar essa perfeição “inalcançável”. Não somos puros o suficiente, mas não devemos desistir de buscar essa pureza (Sl.51:10). E acima de tudo, nos lembrar que o fundamental para sermos bem aventurados, é nos lembrar que a frase-chave de todas as BAs é “negue-se a si mesmo”. E a palavra-chave é “entregar”.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

SEGUNDA PARTE

3- Os mansos
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”(vs.5)

Sempre caímos no erro de comparar uma pessoa mansa com alguém covarde, passivo, sem atitude, que fala baixo e nunca demonstra estar com raiva ou protestando por algum direito seu. Ser manso não é ser fraco, pois é preciso ser muito forte para contrariar a opinião pública, remar contra a maré dos modismos e costumes pecaminosos e dizer: Sou de Jesus! Também se olharmos a seqüências das BAs (Bem-aventuranças) veremos que as duas primeiras fazem parte do relacionamento Deus-homem. Mas aqui a benção vem para aqueles que desenvolvem um relacionamento homem-próximo. Como eu trato meu próximo? Como ele me vê? Como reajo diante dele? Em grego o termo é praotes (que significa ponto de equilíbrio entre dois extremos). Jesus está nos motivando a sermos moderados, equilibrados, termos bom-senso. O termo também é utilizado para o processo de domesticar um animal selvagem para que ele aprendesse a ser manso, submisso e obediente ao seu mestre, seu dono. Mansidão, assim como a humildade e o choro, são características da entrega total do homem a Deus. É entregar a Ele nossas causas, nossos direitos, nossos litígios e dificuldades. Podemos citar como exemplos Abraão com Ló, ou Davi com Saul e Jesus (Fl.2:5 a 11). E herdarão a terra, pois todos os coléricos, sanguíneos e brutos tendem a encontrar a morte pela guerra, brigas, etc.


4- Fome e sede de justiça
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”(vs.6).

Num primeiro momento temos que entender o contexto no qual Jesus diz essas palavras. As pessoas que moravam naquela região da Palestina, eram, na sua grande maioria, pobres, que passavam realmente fome e desidratavam pela sede. Também eram oprimidas pelo poder do conquistador, Roma! Naquele contexto, Jesus faz um paralelo, dizendo que um dia a justiça (no sentido de penalidade a um crime) viria ao povo oprimido (Sl 37:1 a 11), mas aquela justiça não era a mais importante, pois também estava falando em justiça no sentido de justificação diante de Deus ( Rm 5:1 a 5). Jesus está dizendo, com outras palavras, que são felizes, abençoadas, as pessoas que buscarem com fome e com sede a justificação das suas vidas diante de Deus, através do sacrifício de Jesus na cruz, com a mesma vontade, com a mesma gana com que queriam a justiça contra os romanos. Quando tenho fome e sede desta justificação significa dizer que quero me livrar da presença e do poder do pecado e, consequentemente, me aproximar cada vez mais de Deus, buscando santificação, fartura de Deus em minha vida. Estar farto significa estar saciado, mas também implica dizer que vamos continuar querendo mais de Deus a cada dia... (Sl.63:1 e 143:6).


5- Os Misericordiosos
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (vs.7)

Você é uma pessoa misericordiosa? Ser misericordioso não é ser permissivo ou sentir pena de alguém que está sofrendo. A palavra que Jesus usou foi “elcemon”, que significa: habilidade de estar na pele de outra pessoa, de ver, sentir e pensar como ela. É colocar-se voluntariamente no lugar do outro. Foi isso que Deus fez por nós, através de Jesus quando o “o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Também vemos isso em Fl.2:6-7, nas parábolas do Bom Samaritano (Lc.10:30-37) e do credor incompassivo (Mt.18:23-35).
Quando somos misericordiosos com alguém, sentimos compaixão por sua condição miserável e temos um desejo de aliviar essa situação. A seqüência das BAs demonstra as etapas que nos levam aos pés de Cristo. Quando sou humilde de espírito reconheço minha total dependência de Deus em tudo na minha vida. Então choro por minha condição de pecaminosidade perante um Deus santo e isso me dá disposição para andar com mansidão diante de Deus e dos homens. Reconhecendo que o sangue de Jesus (o sacrifício) nos justifica diante de Deus, temos disposição para sermos misericordiosos, como Deus foi conosco. Se já fui perdoado, tenho disposição para perdoar. Se já experimentei as profundezas da misericórdia do Senhor, meu espírito vingativo desaparece (Rm.12:19) e passo a ser misericordioso. Sem entender o quanto Deus me perdoou nunca poderei perdoar, se não entender quão profunda é a misericórdia do Senhor, não poderei ser uma pessoa misericordiosa.

(Na próxima semana, terceira e última parte)

domingo, 4 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

PRIMEIRA PARTE

O Objetivo desse estudo é nos ajudar a entender cada bem-aventurança das palavras de Jesus e ver sua implicação pratica para nosso dia-a-dia, nos ensinando de que realmente o mundo há de passar, mas as palavras de Jesus não passarão.


1- Humildade (ou pobreza)>“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (vs.3).

Precisamos entender o significado da palavra humilde ou pobre nas palavras de Cristo. Há duas palavras no grego para defini-las: A primeira é penês (que descreve o homem que precisa trabalhar duro para ganhar o pão de cada dia) e ptochos (que descreve a pobreza total), e é a palavra usada nesta frase do messias. Pobreza total consiste nos seguintes aspectos: pobre, sem poder/ influência/ prestígio, oprimido/ explorado, e finalmente, o homem sem recurso nenhum neste mundo. Por não ter recursos, tornou-se totalmente dependente de Deus.
Portanto, se lermos as “entrelinhas” da primeira bem-aventurança, Jesus está dizendo: Feliz o homem que reconhece sua total dependência e incapacidade de sair de sua situação miserável, depositando toda a confiança em Deus.


2- Os que choram
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”(vs.4).


A verdadeira felicidade muitas vezes pode vir através do choro. Mas o que significa esse choro? Significa que, depois de reconhecermos nossa pobreza (da 1ª bem-aventurança), reconhecemos também nossa profunda pecaminosidade original (queda do homem). O verbo “chorar” usado por Jesus é o mais forte possível na língua grega. É usado para expressar o choro pelos mortos. É o mesmo usado quando Jacó ouviu que seu filho José fora morto. Quando o homem reconhece toda a santidade de Deus e em contrapartida o seu próprio coração desesperadamente corrupto, é constrangido a chorar. Quando o homem pergunta a si mesmo: por que sou orgulhoso, invejoso, ciumento? Por que não consigo vencer aquele pecado ou vício em minha vida? Ao fazer essas auto-perguntas ele reconhece sua natureza pervertida e chora, e então pode exclamar como Paulo em Rm.7:24. Isso o motiva a olhar para o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.


3- Os mansos
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”(vs.5)


Sempre caímos no erro de comparar uma pessoa mansa com alguém covarde, passivo, sem atitude, que fale baixo e nunca demonstre estar com raiva ou protestando por algum direito seu. Ser manso não é ser fraco, pois é preciso ser muito forte para contrariar a opinião pública, remar contra a maré dos modismos e costumes pecaminosos e dizer: Sou de Jesus! Também se olharmos a seqüências das BAs (Bem-aventuranças) veremos que as duas primeiras fazem parte do relacionamento Deus-homem. Mas aqui benção vem para aqueles que desenvolvem um relacionamento homem-próximo. Como eu trato meu próximo? Como ele me vê? Como reajo diante dele? Em grego o termo é praotes ( que significa ponto de equilíbrio entre dois extremos). Jesus está nos motivando a sermos moderados, equilibrados, termos bom-senso. O termo também é utilizado para o processo de domesticar um animal selvagem para que ele aprendesse a ser manso, submisso e obediente ao seu mestre, seu dono. Mansidão, assim como a humildade e o choro, são características da entrega total do homem a Deus. É entregar a Ele nossas causas, nossos direitos, nossos litígios e dificuldades. Podemos citar como exemplos Abraão com Ló, ou Davi com Saul e Jesus (Fl.2:5 a 11). E herdarão a terra, pois todos os valentes tendem a encontrar a morte pela guerra, brigas, etc.


4- Fome e sede de justiça
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”(vs.6).


Num primeiro momento temos que entender o contexto no qual Jesus diz essas palavras. As pessoas que moravam naquela região da Palestina, eram, na sua grande maioria, pobres, que passavam realmente fome e desidratavam pela sede. Também eram oprimidas pelo poder do conquistador, Roma! Nesse contexto, Jesus faz um paralelo, dizendo que um dia a justiça (no sentido de penalidade a um crime) viria ao povo oprimido (Sl 37:1 a 11), mas aquela justiça não era a mais importante, pois também estava falando em justiça no sentido de justificação diante de Deus ( Rm 5:1 a 5). Jesus está dizendo, com outras palavras, que são felizes, abençoadas, as pessoas que buscarem com fome e com sede a justificação das suas vidas diante de Deus, através do sacrifício de Jesus na cruz, com a mesma vontade, com a mesma gana com que queriam a justiça contra os romanos. Quando tenho fome e sede desta justificação significa dizer que quero me livrar da presença e do poder do pecado e, consequentemente, me aproximar cada vez mais de Deus, buscando santificação, fartura de Deus em minha vida. Estar farto significa estar saciado, mas também implica dizer que vamos continuar querendo mais de Deus a cada dia...

(semana que vem, a segunda parte).

sábado, 8 de maio de 2010

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!”

(Mateus 16:16)

Considero Pedro um dos homens mais fantásticos do Novo Testamento. Mesmo ele tendo negado a Cristo e seguido de longe o salvador, enquanto este era levado para a tortura pré-calvário. Seu diferencial está num misto de emotividade e insensatez, de passionalidade e inconseqüência. Deixando as situações negativas que o envolveram até o momento da descida do Espírito Santo no dia do Pentecoste, mas lembrando-me de vários momentos em que suas palavras foram de extrema sabedoria e reconhecimento do próprio Cristo, posso expressar minha alegria ao reviver aquele episódio onde Jesus questiona os seus discípulos acerca de o que as pessoas diziam sobre Ele. “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” Esta foi a pergunta aos seus seguidores. Imagino aqueles homens olhando um para os outros, parando de mastigar, como se dissessem: “Como assim? Aonde Ele quer chegar?” Então alguns tomaram coragem e disseram: “Uns dizem que és João, o Batista, outros que és Elias, ou Jeremias, ou um dos profetas”.
Jesus, ao receber aquela resposta dos discípulos, instiga os seus corações e suas mentes a trabalhar mais um pouco e, então, lança nova pergunta: “E vós? Quem dizeis que Eu sou?”. É interessante notar que aqueles homens tinham na ponta da língua o conceito dos outros sobre seu mestre, porém eles próprios talvez não tivessem pensado à respeito daquilo. Quer dizer, quase todos eles. Aí surge Pedro! Imagino a cena onde todos estão assentados e Pedro, com seus repentes peculiares, levanta-se no meio dos companheiros, apontando o dedo em direção ao Senhor Jesus e lança uma das afirmações mais lindas existentes nas Escrituras: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!”.
Esse Pedro... sempre nos surpreendendo. O fato era que aquele homem, por revelação do próprio Deus, segundo as palavras de Jesus no texto, resumiu a patente e a autoridade do Salvador sobre tudo e todos. Quando ele exclama, “tu és o Cristo” ele está dizendo que Jesus era o “ungido” (significado da palavra Cristo). E ao completar a frase com, “o Filho do Deus vivo”, ele declara que aquele homem que está à sua frente é o Messias de Deus, o enviado de Yavé, como filho unigênito, representante único do grande “Eu Sou” e que Ele tem nas mãos todo o poder do Pai. E ao utilizar a expressão “Deus vivo” ele está reforçando que todas as outras divindades são mortas, são uma mentira, criação das mãos dos homens, incapazes de ajudá-los ou de fazer algo por eles ou contra eles.
Muitas pessoas dizem várias coisas sobre quem é Jesus. Um espírito evoluído, um anjo de luz, um profeta, um homem bom, que ajudou muitas pessoas, um guru, líder religioso, uma força. Outros alegam que Ele nem existiu. E, para nossa tristeza, existem muitos crentes que ainda não sabem responder de fato à pergunta de Jesus. Quem você diz que Ele é?
Responda agora: Quem é Jesus para você? Esqueça as respostas mecânicas e românticas que lhes foram ensinadas durante sua vida. Responda com o coração, quem Ele é para você? O que Ele significa para você? Reflita sobre essa pergunta, busque o Senhor em oração, fale com Ele e afirme como Pedro, que Ele é o “ungido”, o filho do Deus vivo!

sábado, 24 de abril de 2010

“Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”

(Filipenses 1:21)

Responda rápido, qual a coisa mais importante em sua vida? Seu emprego? Sua esposa? Seus filhos? Seus pais? Sua saúde? Sua lucidez? Sei que para muitos a resposta está entre uma dessas opções citadas. Mas na verdade, se todos refletirem com mais seriedade, chegarão à conclusão que o mais importante em nossas vidas é a própria vida! A vida que existe em nossos pulmões, o ar que respiramos, estar vivo é o mais importante!
O apóstolo Paulo, antes conhecido como Saulo, passou por uma experiência impactante em sua vida, quando, ao se dirigir à cidade de Damasco em perseguição aos cristãos, foi derrubado de sua montaria e ouviu da boca do próprio Cristo a pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Daquele momento em diante a vida de Saulo foi transformada e tudo no que ele cria foi revisto de sorte que aqueles que ele perseguia (os cristãos) tornaram-se seus irmãos e aqueles que o apoiavam (o Sinédrio) passaram a odiá-lo e a perseguí-lo.
Paulo, quando ainda Saulo, possuía uma posição privilegiada no meio dos fariseus da época, sendo benquisto no Sinédrio, onde possuía considerável destaque. Homem de grande saber da Lei mosáica, tendo sido doutrinado pelo mestre Gamaliel, possuidor de três nacionalidades, poliglota e exímio artesão de tendas.
Você, com certeza, conhece alguém como Saulo: Pessoa querida no meio do povo, com certo poder aquisitivo, instruído academicamente, que fala vários idiomas, com passaporte carimbado em vários países, possuidor de um bom emprego, bem casado, etc.
Paulo, através dos meses nos quais desenvolveu sua fé em Jesus Cristo, aprendeu a confiar plenamente no Senhor. Exercitou sua confiança em Deus ao ponto de expressar a frase acima: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Ele, no momento em que expeliu essas palavras, estava nos dando uma aula sobre o que é importante na vida de um filho de Deus. Nada mais importava para ele. Sua posição social, seus bens, seus amigos, seus pais, suas nacionalidades, nada mais importava na vida, pois Jesus tinha se tornado a razão do seu viver. Não somente isso, mas ele afirma que morrer seria o maior lucro que ele teria, pois tinha a certeza de ir para os céus e gozar a vida eterna, o descanso no Senhor! Quantos de nós hoje podemos dizer que é melhor morrer do que estar vivo? Quantos de nós tem a certeza de que o céu é melhor? A frase de Paulo, que para muitos parece loucura, deveria ser a certeza de todo cristão que tem sua esperança nas promessas do nosso Deus. Não devemos temer a morte, pois sabemos em quem temos crido e que Ele é poderoso para guardar nosso galardão até o dia final...

sábado, 17 de abril de 2010

"LÁZARO, VEM PRA FORA!!"


(jOÃO 11:1 A 46)

De uma coisa podemos ter certeza. Após Jesus dizer estas palavras muitos dos que ali estavam chegaram à conclusão de que ele deveria estar louco. Como assim, “vem pra fora”?? Ora, Lázaro, o amigo querido de Jesus estava morto já há alguns dias! As irmãs do féretro, Maria e Marta, estavam desesperadas e, talvez, até decepcionadas com o suposto atraso do Senhor em ir ter com elas, pois restava ainda a esperança que Jesus pudesse reverter o estado de debilidade física daquele jovem quando apenas doente. Se as duas mulheres levassem em conta que tudo colabora para o bem daqueles que amam a Deus, não teriam ficado tão atribuladas. Se de fato já tivessem entendido o poder que havia sido outorgado a Cristo, o temor não existiria em seus corações.
Primeiro temos que perceber que a demora de Jesus em ir ter com elas de certa forma foi proposital. A Palavra diz que, após saber que Lázaro estava enfermo, ele (Jesus) ainda demorou dois dias para seguir viagem à Betânia, cidade daquela família. Ele também disse que “aquela enfermidade não era para morte, mas para a glória de Deus”. Então ele possuía um plano e tudo estava correndo de maneira que ele pudesse operar o milagre que já estava em seu coração. Ao chegar ao destino tinham-se passado quatro dias! Esse período foi importante, pois havia entre os judeus uma crença de que os espíritos dos mortos ficam pairando sobre o corpo durante três dias, até que seja de fato desligado do mundo material. Jesus demorou-se para não deixar a menor dúvida de que ele “buscaria” o espírito de Lázaro de volta, mesmo passados os três dias.
Marta, ao saber que Jesus estava chegando, correu até ele e, de certa forma, lastimou o fato de que Jesus poderia salvar seu irmão se tivesse chegado alguns dias antes, enquanto existia vida nele. Logo depois Maria vai demonstrar a mesma reação que sua irmã, ao dizer que se Jesus estivesse lá seu irmão não teria morrido. E esta é a primeira lição que podemos aprender com este episódio: até onde vai sua fé? Que Deus é este seu, que só pode fazer determinada coisa? Que só pode ir até certo limite? Que não pode fazer mais do que sua reles mente é capaz de entender? Quando pensamos na grandiosidade do Criador e no seu infinito poder, mesmo assim tentamos limitar suas capacidades e habilidades! Isso é normal, afinal, nossa mente é limitada e nosso conhecimento de Deus é quase sempre pequeno, não por falta de experiências com Ele, mas porque somos humanos, falhos, limitados e pecadores. Como posso entender completamente um ser imortal se eu sou mortal? Ou como entender um Deus Criador se eu só posso manusear e transformar as coisas? Como imaginar um Deus onipresente se eu só consigo firmar meu olhar em um ponto fixo por vez? Somos pequenos demais....
Depois de ser levado até onde o corpo havia sido colocado, Ele pede para que a pedra da frente do sepulcro seja removida, pedido este contestado por Marta, pois o cheiro mau do defunto já era latente. Mas mesmo assim, a pedra foi tirada. Jesus então ora ao Pai, para que as pessoas possam entender que Ele e o Pai são uma só pessoa. Então decreta naquele momento que Lázaro levante e venha para fora! A segunda lição que tiramos desse episódio é que as pedras (obstáculos) que estão nas nossas vidas, muitas vezes, devem ser retiradas por nós mesmo, pois são coisas que humanamente podemos fazer. Jesus poderia, com um simples pensamento, fazer a pedra rolar para o lado, mas pediu para que os homens a retirassem. Mas na hora de agir sobrenaturalmente, Ele mesmo, e mais ninguém, pôde realizar o milagre que não estava sendo esperado. Fazendo-nos lembrar que no campo do sobrenatural somente Ele tem o poder de agir, somente Ele detém o controle sobre a vida e a morte!. Daquela boca de sepulcro pôde-se ver um corpo enrolado em faixas sair andando, recebendo os raios de sol, recebendo vida novamente! Era Lázaro, o amigo amado de Jesus!!
Que nós não deixemos de crer no poder total e ilimitado de nosso Deus! Afinal, para quem do nada, fez surgir a matéria e criou tudo que existe, não há realmente algo que seja impossível Dele fazer!

sábado, 10 de abril de 2010

“Onde estavas tu quando Eu lançava os fundamentos da Terra?”


(Jó 38:4)

Essa é uma das frases mais poderosas existentes na Palavra de Deus. O capítulo 38 de Jó começa com essa pergunta feita por Deus e é seguida de mais algumas dezenas de outras direcionadas ao pequeno Jó. Pequeno não, ínfimo, diante da grandiosidade do Senhor. São perguntas que deixariam qualquer um de nós à deriva num mar de dúvidas e desconhecimento dos propósitos de Deus para a vida, para a humanidade, para o planeta, para o universo e mais: para mim e para você.
Jó estava numa situação calamitosa, física, mental, financeira e socialmente falando. Estava coberto de feridas pelo corpo, que coçavam o dia inteiro, havia perdido seus filhos, mortos num acidente, havia perdido os seus bens e só lhe restava uma esposa incrédula, que o aconselhava a amaldiçoar Deus e depois morrer. Para quem tinha uma vida tão boa, confortável e tranqüila tornava-se um pouco difícil entender o porquê de tanta desgraça acontecendo quase que simultaneamente. Como, alguém que era temente a Deus, que cumpria todas as obrigações da Lei de Moisés, que orava pelos filhos, que tinha uma vida reta diante dos olhos do Criador, poderia estar sendo açoitado pelas agruras do destino? Onde estava Deus enquanto ele passava por tanto desespero e dor? Por que Ele se mantinha calado e inoperante diante de tanta agonia de Jó? Sem blasfemar contra o Senhor, mas cobrando respostas, Jó se viu num estado de passividade tremenda:
“Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor”.(Jó 1:21)Essa frase saía de sua boca numa tentativa de justificar aos seus próprios ouvidos que o bem e o mal procediam do Senhor. Restava-lhe apenas acatar dos desígnios divinos. Diante do silêncio dos céus, Jó se retraiu e agonizou até o mais profundo de sua alma.
Uma das primeiras lições que podemos tirar desse episódio é de que devemos ter ao nosso lado pessoas que compartilhem da mesma fé que temos, pois nos momentos de angústia um pode dar força e apoio ao outro. A mulher de Jó não temia ao mesmo Deus que ele. E, ao invés de encorajá-lo, aconselhava-o a blasfemar contra o Senhor. Que tipo de companheiro (a) estamos procurando para nós? Servos e servas de Deus ou qualquer um (a) de qualquer lugar? Essa escolha é de suma importância para nossas vidas.
Uma segunda lição que podemos tirar é que tipo de fé é a sua? É aquela que é forte quando tudo vai bem? Quando você está empregado, com um bom salário, com carro na garagem, filhos bonitos crescendo, esposa fiel? E se as provações no meio do caminho baterem na sua porta? Será que você seria tão fervoroso quando o desemprego viesse? Se tivesse que vender o carro para pagar as dívidas? Se seu filho nascesse excepcional? Se a esposa lhe deixasse? Se você descobrisse que está com câncer? Você seria capaz de dizer que o Senhor dá e que Ele tira? E que bendito seja o Seu nome? Jó conseguiu dizer, mesmo sem ter uma maior compreensão de Deus.
Então, após um período de silêncio, Deus resolve falar. Não apenas isso, Ele resolve questionar Jó sobre as mais impressionantes coisas que acontecem no universo, mostrando que a existência de Jó e seus problemas não eram nada comparados à complexidade do cosmos, mas que, mesmo assim, Deus se importava com ele. “Cinge teus lombos como homem, porque agora Eu vou te perguntar e tu vais me responder...” Deus começa desta forma, e coloca seu interrogado diante da primeira pergunta: “Onde estavas tu, quando Eu lançava os fundamentos da Terra?” Era como se Ele dissesse: “Antes de qualquer coisa existir, Eu já existia e a terra que tu pisas, o planeta que tu habitas, Eu mesmo moldei na minha mente e com uma fagulha da minha vontade tudo começou a existir, pois Eu dei vida a tudo que respira, cresce e se desenvolve. Podes imaginar o meu poder? Podes questionar a minha vontade? Quando eu comecei a formar a terra tu só existias na minha mente, pois Eu sabia que em determinado tempo Eu permitiria o teu nascimento.” Que Deus maravilhoso! Quando vemos ao nosso redor pessoas que defendem certas doutrinas evangélicas, que minimizam Deus e o colocam como servo e não como Senhor, então podemos imaginar como essas pessoas não tem idéia da grandiosidade do Pai. Querem que seus desejos e caprichos sejam realizados a qualquer custo e ainda reforçam determinados pedidos com a Palavra quando alegam: “... a Tua Palavra diz...”, ou, então, “decretam” alguma coisa. Somente a graça de Deus já seria necessária para nossas vidas, mas as misericórdias Dele em nossas vidas servem de bênçãos e estas podem ser tanto espirituais quanto materiais, mas isso é uma decisão Dele. Temos certeza que Ele se alegra em muito com seus filhos que reconhecem quem é Deus, e que se colocam nos seus devidos lugares de servos e mordomos do Senhor.E você? É servo ou uer ser senhor?

sábado, 3 de abril de 2010

"ESTÁ CONSUMADO"


(João 19:30)

A imagem é a que todos nós conhecemos, quer tenhamos tirado de nossa imaginação ao ler os relatos bíblicos, quer tenhamos visto em algum filme sobre Jesus. O lugar é aquele conhecido como “Gólgota”, ou “Caveira”, com a sua devida tradução. Um elevado, nas cercanias de Jerusalém, onde Cristo, ladeado por dois malfeitores, foi crucificado, após sofrer excruciante laceração física e psicológica que durou toda a noite do dia anterior e estendeu-se pela madrugada. Ali, pregado numa cruz, símbolo da vergonha e humilhação para os ditos “criminosos” que não fossem romanos (Roma não crucificava seus cidadãos), pendia o corpo de Jesus, ainda com vida, mas por pouco tempo. Ele já havia surpreendido a todos, pedindo ao Pai que perdoasse aqueles homens que o estavam crucificando porque eles não sabiam o que estavam fazendo. Ele já havia externado sua profunda sede, ao que foi atendido com uma esponja ensopada no vinagre. Também já havia prometido o paraíso a um dos homens que estavam crucificados ao seu lado, pois houve o reconhecimento daquele de que Jesus era o Messias.
Mas antes daquele momento de dor e sofrimento, Ele já havia feito muitas outras coisas. Transformara água em vinho, fizera aleijados andar, cegos enxergar, possuídos serem libertos, perdoara os pecados de alguns, ressuscitou outros, curou vários enfermos, pregou insistentemente o Caminho da salvação para milhares e mostrou a todos que Ele era o Messias esperado ao chamar para si a responsabilidade e a autoridade de ser o elo entre os homens e o Pai ao dizer:

“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João 14:6)

Ele já havia feito tudo o que lhe cabia fazer. Olhando novamente para a cena da cruz, muitos que estavam ali acharam que aquele era um momento de derrota, onde seu “Rabi” (Mestre) estava sendo entregue à morte vergonhosa na cruz. Mas o que todos eles não sabiam era que ao dizer “está consumado”, Jesus resumia naquele instante tudo o que havia feito desde o momento em que colocou seus pés sobre a terra. Sua missão havia chegado ao fim! Ele havia vindo para proporcionar ao homem vida, e vida em abundância.

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10)

Veio para dar ao homem a possibilidade de reatar seus laços com o Criador e proporcionar a opção da Vida Eterna ao lado do Pai. Sim, a opção, pois Ele não força ninguém a aceitá-lo como salvador, mas reserva coisas maravilhosas para aqueles que o fazem.
“Sim, está consumado, pois eu já mostrei a todos o que deve ser feito e como deve ser feito. Escancarei as portas do céu e mostrei como podem alcançar a redenção! Vim para corrigir os erros do primeiro Adão! O pecado entrou no mundo através dele, mas através de mim o pecado e a morte espiritual podem ser vencidos! Já fiz o que tinha de ser feito!” Fico imaginando Jesus pensando dessa forma.
Ao dizer essa curta frase, Ele não apenas estava dizendo que toda sua missão estava cumprida, mas também deixava outro recado: a morte seria vencida! E em três dias Ele se levantaria, ressurreto dentre os mortos, provando, mais uma vez, que as chaves da morte e do inferno estavam em suas mãos e que todo o poder, na terra e no céu, pertencia a Ele. “Está consumado” não é uma frase de derrota, mas de vitória suprema de nosso Senhor Jesus Cristo! Os planos de Satanás estavam sendo colocados por terra, afinal, o Filho de Deus estava definhando em uma cruz! Mal ele sabia que tudo aquilo estava nos planos do Pai, pois “a semente, para dar frutos, precisava morrer”.
“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (João 12:24)

E através do sacrifício na cruz, tal qual um cordeiro perfeito, sem defeitos, Jesus nos purificou de todo o pecado e nos livrou da morte que estava destinada a toda a humanidade. A frase dita na cruz era a mesma que, no passado, se escrevia nos documentos de dívidas, quando estas eram quitadas pelos devedores ou quando alguém assumia a dívida do próximo. Era uma espécie de SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), quando nosso pecado foi colocado sobre os ombros de Cristo nossa dívida foi paga. Nossos nomes ficaram limpos! Nossas almas haviam sido compradas por Jesus. Portanto, agora, temos livre acesso ao Pai. Pense nisso...

sábado, 27 de março de 2010

"Eu Sou o que Sou"


(Êxodo 3:14)

Quero convidar você a relembrar esse episódio do Velho Testamento, quando Moisés, após fugir do Egito e encontrar guarida nas terras de Jetro, seu sogro, pastoreava as ovelhas ao pé do monte Sinai e uma delas se perdeu do grupo, subindo o monte e se afastando, o que fez com que Moisés subisse em seu socorro, para trazê-la de volta ao rebanho. Convido você também a congelar essas cenas em sua memória e abrir um parêntese para relembrar quem era Moisés. Ele havia nascido hebreu, criado pelos egípcios até sua juventude e após descobrir que em suas veias não corria o sangue dos faraós, mas dos escravos, mata um egípcio e foge para o deserto, onde, após quase ser morto pelas agruras da sede, da fome e do calor irresistível, acha refúgio nas terras do sacerdote de Midiã, Jetro, que viria a ser seu sogro, local aquele em que passará quarenta anos antes de ter sua vida sacudida abruptamente pelo Senhor Deus, criador dos céus e da terra.
Podemos afirmar que Moisés teve contato com toda a idolatria egípcia de sua época, afinal, vivia no palácio e desfrutava de certos confortos, apesar de não ser da linhagem real. Acompanhou, como todo egípcio, as oferendas e cultos aos deuses do Egito, como Ísis, Osíris, Set, Amom e Rá. Mas ao mesmo tempo recebia alguma instrução sobre o Deus verdadeiro que sua mãe biológica, Joquebede (que havia sido escolhida como ama da princesa egípcia), lhe passava durante os anos de sua infância. Com certeza, a mente daquele jovem, que depois tornou-se num adulto maduro, mesmo depois de deixar o Egito com quarenta anos, estava um pouco confusa, afinal, ouvira falar de tantos deuses! O deus de sua mãe verdadeira seria apenas mais um no meio de muitos.
Mas, voltemos ao momento em que ele sobe o monte atrás da ovelha perdida e, para sua surpresa, vê ao longe uma cena incomum. Uma sarça, um tipo de arbusto, em chamas. Porém, o que chamava a atenção era o fato de que, mesmo sendo tomada pelas labaredas a sarça não era consumida pelo fogo. Então ele ouve uma voz que chamava pelo seu nome. Naquele momento, após mandar Moisés retirar as sandálias, porque estava pisando em solo santificado, Deus se apresenta a ele, apagando qualquer dúvida sobre quem Ele era:

“Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abrahão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó.” (Êxodo 3:6)

Com esta frase o Senhor mostrava a Moisés que Ele não era nenhum dos deuses egípcios, mas Aquele que sua mãe lhe falara no passado. Ao citar Abrahão, Isaac e Jacó o Senhor mostrava a Moisés que Ele era o Deus de seu povo escravizado e também o Deus do patriarca de todos, Abrahão. Quando Deus se apresenta para nós Ele faz questão de não deixar dúvidas sobre quem Ele é. Quando Cristo entra em nosso coração, Ele faz questão de não nos deixar dúvidas sobre a salvação que nos concedeu.
Feitas as devidas apresentações, Deus sacode a vida de Moisés com a maior de todas as missões já realizadas em toda a Bíblia Sagrada: voltar ao Egito, ao lugar onde tudo começou, rever a terra que havia lhe proporcionado alegrias, tristezas e o obrigado a fugir. Mais do que isso. Deveria falar ao faraó que Deus estava ordenando (não pedindo) que deixasse os escravos partirem daquela terra para a liberdade e posterior adoração ao pé do monte. Depois de todas as desculpas e dificuldades que vieram à mente de Moisés, ele percebeu que não tinha jeito. Deus tinha uma saída para cada uma delas, até para o fato dele ser “pesado de língua”, ou seja, gago. Essa é mais uma lição que aprendemos, pois quando Deus coloca uma missão para nós cumprirmos, Ele com certeza providencia as condições necessárias para que alcancemos o objetivo que está no coração Dele. Mas existia ainda uma última dúvida? Quem seria anunciado como o “Deus de Abrahão, de Isaac e de Jacó”? Aquele título era conhecido dos escravos, e nem de todos eles, mas não do grande faraó, que pela tradição e religião egípcia por si só já era considerado um deus. Qual o nome que o deus da sarça ardente gostaria que fosse anunciado? Então Deus responde a ele: “Eu Sou o que Sou”. Para muitos esta resposta seria frustrante, mas com esta breve frase Ele está resumindo o seguinte: “Eu sou o primeiro e o Último, o Alfa e o ômega, o princípio e o fim, Aquele que sempre existiu e nunca vai deixar de existir. Sou aquele que não precisa de nome próprio para ser invocado, que está presente em qualquer lugar, seja onde existe matéria ou não. Sou o Criador e não criatura. Sou aquele que quando quer agir ninguém pode impedir, Sou o Deus dos impossíveis, dos milagres, das mudanças de vida, Sou aquele que transforma o interior das pessoas, que estende a mão no momento da angústia e do sofrimento. Sou aquele que visita a dor da viúva e o desespero dos órfãos. Aquele que transforma os maridos e as esposas, que livra os filhos das drogas, que salva os casamentos, que faz de um assassino um ganhador de almas, Sou tudo que existe de bom, justo, verdadeiro, fiel e agradável. Por tudo isso, não poderia existir um nome para mim”.
Vem então a pergunta: Quem é Deus para você? Qual é o perfil de Deus que você guarda no coração? Muitos crentes adoram deuses diferentes: Um que os faz ter medo, outro que é amoroso, mais um que os atende nas dificuldades, outro que não tem tanto poder assim ou é incapaz de realizar certas coisas (como perdoar certos pecados que achamos muito sérios e imperdoáveis). Nosso Deus não muda. Ele É o que É. Nós somos o problema, Ele é a solução. Creia nisso, apegue-se ao Senhor, confie Nele e tenha a certeza de que Ele quer balançar a sua vida também. Além de lhe abençoar com tudo o que há de melhor, Ele também quer usar você para algo muito importante na obra Dele que é fazer com que mais e mais pessoas cheguem aos pés da cruz e aceitem a Jesus como suficiente Salvador de suas vidas, tal qual você um dia fez.

domingo, 21 de março de 2010

“A minha graça te basta, porque meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”


Ao ler uma frase como essa, vindo da boca do próprio Deus, ficamos a pensar o que diriam os defensores da chamada Teologia da Prosperidade. É interessante como o Apóstolo Paulo encarou essas palavras vindas do alto. Podemos imaginar um homem que, pelo padrão de mérito humano, mereceria algum presente de Deus, fosse ele qual fosse. Um homem que tinha tudo, instruído, capacitado, representante do Sinédrio, com poder nas mãos, e que, de repente, resolve largar tudo por causa de Jesus Cristo e uma missão quase que suicida: pregar o evangelho aos gentios. Depois encontramos alguém que definitivamente não foi alcançado pela Teologia da Prosperidade, pois como alguém pode afirmar a uma pessoa que foi presa, torturada, ficou doente, sofreu naufrágio e, finalmente, executada, que a prosperidade é uma regra a todos que confiam no Senhor? Paulo possuía um “espinho na carne” que ele mesmo comenta. Provavelmente, segundo o pensamento dos estudiosos, era um problema de cegueira parcial ou catarata, que o atrapalhava muitas e muitas vezes, até nas tentativas de escrever suas cartas que tomam conta de grande parte do Novo Testamento. Mas, poderia ser outro tipo de enfermidade, ou, quem sabe, até alguma fraqueza que enfrentasse. Mas o foco aqui não é saber qual era o seu problema, mas apenas identificar que ele possuía um, e muito grave, pois ele já havia orado, clamando, pedindo a Deus que retirasse aquele mau do seu corpo, numa tentativa de ver-se aliviado daquela pendência que, inclusive, o atrapalhava na sua missão de propagar o evangelho de maneira mais dinâmica, otimizando o seu tempo e suas atividades.
Mas a resposta de Deus foi curta, eficaz e suficiente para que o apóstolo aprendesse algumas lições com aquelas breves palavras. A Sua grande graça bastava! Pois Paulo precisava entender que o poder de Deus se aperfeiçoa nas fraquezas dos seus servos. Todos nós, sem exceções, temos algum espinho em nossa carne, em nossas vidas, temos fraquezas, algum tipo de enfermidade, seja ela física ou espiritual. O que estamos pedindo em oração ao Senhor? Que nos cure, claro! Principalmente aqueles que enfrentam limitações físicas. Mas lembremos que a graça de Deus está acima de todas as nossas supostas necessidades e enfermidades e que ela se manifesta nos momentos em que mais estamos fracos, sem forças ou sem condições de fazermos algo por nós mesmos. Ficamos à mercê somente do Senhor. Se tivéssemos apenas a Sua graça para nos sustentar todos os dias, já seria um ótimo presente, mas temos muito mais do que isso! Temos vida em nossos corpos, temos o pão do dia, a proteção do Senhor, os livramentos diários e acima de tudo isso, temos a certeza que herdaremos a vida eterna com Jesus! Lá, na Nova Jerusalém, nossos corpos serão perfeitos, pois estarão glorificados, a dor e a tristeza não existirão! Os que não esperam ansiosos por aquele dia, quando Jesus voltar, são pessoas que ainda não aprenderam a viver pela graça de Deus. Quando a dificuldade chegar, diga com confiança para Deus: “Senhor, a tua graça me basta”. Creia nisso e seja abençoado pelo Senhor!