sexta-feira, 3 de julho de 2009

PORTABILIDADE: SIM, AS IGREJAS TAMBÉM CONVIVEM COM ELA!

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.”
(Ef.4:13,14)


A portabilidade chegou para facilitar a vida dos consumidores, inicialmente de telefones celulares e agora também já é possível vê-la nos planos de saúde. Sabemos que se você tem uma linha de celular e não está satisfeito com sua operadora, basta migrar para outra operadora e manter o mesmo número do seu telefone. Coisa que antes era completamente impossível, se não fosse a intervenção do Governo. Ou seja, você muda sem precisar mudar! Quando a operadora A consegue trazer para si uma conta da operadora B é uma festa só, pois além de ser mais dinheiro em caixa, também significa que o cliente preferiu a melhor para ele.
Mas, o que toda essa explicação “capitalista-consumista-varejista” tem a ver com a igreja? É simples: você conhece algum membro da sua igreja que migrou de outra denominação para a sua, mas que, no entanto, trouxe na bagagem muita coisa da doutrina outrora abraçada por ele? Pois é. Essa pessoa mudou sem mudar. As igrejas estão sofrendo os males da portabilidade doutrinária. As pessoas, por algum motivo aparente ou não, mudam não só de igreja, mas de denominação como se saíssem no meio da sessão da sala 5 do cinema e entrassem na sala 7 para assistirem outro filme mais interessante, fácil assim. As desculpas para essa migração são diversas, desde um desentendimento com algum irmão ou pastor, passando por alguma desilusão amorosa, um escândalo, próprio ou de terceiros, decepção com o comportamento de alguns santarrões, ou até mesmo porque a velha igreja ficava muito longe da residência do fiel. A nova igreja é mais perto, mesmo que a doutrina seja outra, não importa, é mais cômodo.
Outra coisa que vemos também como facilitador desta portabilidade são alguns líderes religiosos, que recebem com aperto de mãos alguém que ia para o inferno, porém se converteu, mas que escancara os braços e abre o maior sorriso quando a pessoa que está sendo recebida vem de outra denominação. Dá aquela sensação de que agora ele está no caminho certo, pois as outras são boazinhas, mas a “nossa” denominação é a melhor!! Nem nos preocupamos em conversar profundamente com o irmão e deixá-lo ciente doutrinariamente do que ele vai ter que abraçar daquele momento em diante. Não... o importante é crescermos em quantidade e não qualidade... pelo menos assim pensam muitos.
O problema maior não é receber um “imigrante” de outra denominação. O problema é que, muitas das vezes, essa pessoa quer continuar sua interpretação bíblica baseada na mesma doutrina que aprendera na sua “ex-igreja”. Esse é o perigo, pois a influência de seus pensamentos não encontrará guarida na mente dos crentes maduros e preparados doutrinariamente (30% da membresia), mas, com certeza, pode fazer um estrago muito grande nos 70% restantes, que passeiam pelos corredores das igrejas, que esporadicamente entram numa sala da Escola Bíblica Dominical, que “assistem” o culto nas quatro datas comemorativas do ano ( Natal, Ano Novo, Dia das Mães e Dia dos Pais). Estes são como esponjas secas, capazes de absorver qualquer vento de doutrina diferente, como se fosse uma coisa nova, desvendada há pouco por aquele novo irmão que veio da igreja tal, lá onde o fogo desce, onde o poder é maior, onde a benção é decretada ou onde existe novena evangélica.
Não gostaria de ser taxado de “xenofóbico denominacional”, mas precisamos passar pelo crivo as pessoas que nos procuram pedindo guarida e solicitando sua aceitação como membros da igreja, quer seja por aclamação, por batismo ou por carta. DOUTRINA É A BASE DA IGREJA DE CRISTO. Sabemos que a doutrina não salva, mas as igrejas precisam ser respeitadas nas suas bases e diretrizes de fé. A profissão de fé não deveria ser somente cobrada do novo convertido, mas também daqueles que, através da portabilidade doutrinária, começarão uma nova etapa de suas vidas espirituais, no meio de uma nova porção do corpo de Cristo. Quem sabe, até para reforçar o que nós cremos e como cremos, esses “prosélitos” deveriam freqüentar durante algum tempo a EBD na classe de doutrina, para aprenderem a pensar como Batista, e só depois deveríamos perguntar se ele (ou ela) realmente querem abraçar essa ou aquela doutrina. Precisamos enfatizar aos irmãos que assim migrarem que serão muito quistos, porém, devem deixar de lado o “número antigo do celular” e receberem um “novo número”, na nova igreja que escolheram para desenvolverem suas vidas espirituais. Resumindo: Precisam mudar mudando mesmo!!

C.S.Brito 03.07.2009