sexta-feira, 3 de julho de 2009

PORTABILIDADE: SIM, AS IGREJAS TAMBÉM CONVIVEM COM ELA!

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.”
(Ef.4:13,14)


A portabilidade chegou para facilitar a vida dos consumidores, inicialmente de telefones celulares e agora também já é possível vê-la nos planos de saúde. Sabemos que se você tem uma linha de celular e não está satisfeito com sua operadora, basta migrar para outra operadora e manter o mesmo número do seu telefone. Coisa que antes era completamente impossível, se não fosse a intervenção do Governo. Ou seja, você muda sem precisar mudar! Quando a operadora A consegue trazer para si uma conta da operadora B é uma festa só, pois além de ser mais dinheiro em caixa, também significa que o cliente preferiu a melhor para ele.
Mas, o que toda essa explicação “capitalista-consumista-varejista” tem a ver com a igreja? É simples: você conhece algum membro da sua igreja que migrou de outra denominação para a sua, mas que, no entanto, trouxe na bagagem muita coisa da doutrina outrora abraçada por ele? Pois é. Essa pessoa mudou sem mudar. As igrejas estão sofrendo os males da portabilidade doutrinária. As pessoas, por algum motivo aparente ou não, mudam não só de igreja, mas de denominação como se saíssem no meio da sessão da sala 5 do cinema e entrassem na sala 7 para assistirem outro filme mais interessante, fácil assim. As desculpas para essa migração são diversas, desde um desentendimento com algum irmão ou pastor, passando por alguma desilusão amorosa, um escândalo, próprio ou de terceiros, decepção com o comportamento de alguns santarrões, ou até mesmo porque a velha igreja ficava muito longe da residência do fiel. A nova igreja é mais perto, mesmo que a doutrina seja outra, não importa, é mais cômodo.
Outra coisa que vemos também como facilitador desta portabilidade são alguns líderes religiosos, que recebem com aperto de mãos alguém que ia para o inferno, porém se converteu, mas que escancara os braços e abre o maior sorriso quando a pessoa que está sendo recebida vem de outra denominação. Dá aquela sensação de que agora ele está no caminho certo, pois as outras são boazinhas, mas a “nossa” denominação é a melhor!! Nem nos preocupamos em conversar profundamente com o irmão e deixá-lo ciente doutrinariamente do que ele vai ter que abraçar daquele momento em diante. Não... o importante é crescermos em quantidade e não qualidade... pelo menos assim pensam muitos.
O problema maior não é receber um “imigrante” de outra denominação. O problema é que, muitas das vezes, essa pessoa quer continuar sua interpretação bíblica baseada na mesma doutrina que aprendera na sua “ex-igreja”. Esse é o perigo, pois a influência de seus pensamentos não encontrará guarida na mente dos crentes maduros e preparados doutrinariamente (30% da membresia), mas, com certeza, pode fazer um estrago muito grande nos 70% restantes, que passeiam pelos corredores das igrejas, que esporadicamente entram numa sala da Escola Bíblica Dominical, que “assistem” o culto nas quatro datas comemorativas do ano ( Natal, Ano Novo, Dia das Mães e Dia dos Pais). Estes são como esponjas secas, capazes de absorver qualquer vento de doutrina diferente, como se fosse uma coisa nova, desvendada há pouco por aquele novo irmão que veio da igreja tal, lá onde o fogo desce, onde o poder é maior, onde a benção é decretada ou onde existe novena evangélica.
Não gostaria de ser taxado de “xenofóbico denominacional”, mas precisamos passar pelo crivo as pessoas que nos procuram pedindo guarida e solicitando sua aceitação como membros da igreja, quer seja por aclamação, por batismo ou por carta. DOUTRINA É A BASE DA IGREJA DE CRISTO. Sabemos que a doutrina não salva, mas as igrejas precisam ser respeitadas nas suas bases e diretrizes de fé. A profissão de fé não deveria ser somente cobrada do novo convertido, mas também daqueles que, através da portabilidade doutrinária, começarão uma nova etapa de suas vidas espirituais, no meio de uma nova porção do corpo de Cristo. Quem sabe, até para reforçar o que nós cremos e como cremos, esses “prosélitos” deveriam freqüentar durante algum tempo a EBD na classe de doutrina, para aprenderem a pensar como Batista, e só depois deveríamos perguntar se ele (ou ela) realmente querem abraçar essa ou aquela doutrina. Precisamos enfatizar aos irmãos que assim migrarem que serão muito quistos, porém, devem deixar de lado o “número antigo do celular” e receberem um “novo número”, na nova igreja que escolheram para desenvolverem suas vidas espirituais. Resumindo: Precisam mudar mudando mesmo!!

C.S.Brito 03.07.2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

HIPOCRISIA SOCIAL: O MAL NECESSÁRIO PARA UMA COVIVÊNCIA PACÍFICA ENTRE OS HOMENS

Talvez alguém estranhe a afirmação à seguir , mas é a pura verdade: Todos nós somos e devemos ser hipócritas para que haja paz entre os homens (e mulheres). Ora, não me venham com exclamações espantosas diante desta afirmação, afinal, se analisarem, com a frieza característica da racionalidade, o fato por trás das palavras, creio que me darão razão. A hipocrisia social é necessária para que haja paz, para uma convivência pacífica entre pais e filhos, entre irmãos, patrão e empregado, namorados, casais, sogras e genros, etc, possa existir de maneira saudável.
Afinal, podemos perceber a hipocrisia social nas pequenas coisas, como por exemplo, quando sua namorada aparece vestida com uma micro-saia, mais parecida com um cinto largo, para andar de moto com você. Se você fosse sincero e utilizasse bem as palavras, talvez dissesse: “Qual é? Trouxe a mini-saia e deixou a vergonha em casa?” Mas lembre-se que você é um hipócrita social e, para que haja paz na terra, você simplesmente diz: “Amor, essa roupa não está curta demais?” Talvez ela concorde com você e mude de roupa, talvez não e vai com ela mesmo, gerando o maior problema.
Ou, quem sabe, aquele chefe que adora solicitar planilhas e relatórios quando faltam dois minutos pra terminar seu expediente, numa sexta-feira. Ahh, se você não fosse um hipócrita social... com certeza, se ele pudesse ler e ver seus pensamentos naquele momento, ficaria surpreso com sua criatividade em bolar dezenas de maneira de matá-lo. Se ele sentisse um peso sobre os ombros não deveria se assustar, pois era apenas o peso de todas as maldições que você estava lançando sobre ele. Mas, então, o máximo que você faz é dizer: “Sim senhor, já vou providenciar”. E assim a paz reina (e você ainda mantém seu emprego).
Criança mal educada, então, é ótima para testar o quanto somos hipócritas sociais, ainda mais se for filho de algum dos seus amigos. Sabe aquele pirralho mimado, chato, reclamão, que mexe em tudo? Pois é, eu sei, eu sei... Claro que compartilho com você a idéia de levantar o moleque pelas orelhas numa tentativa de fazê-lo aprender algo numa fração de segundos de dor. Mas não vai adiantar. Primeiro porque os pais não o ensinaram a ter educação e não é você que vai abraçar essa missão. Segundo, porque você, como todos nós, é um hipócrita social, e para que a paz reine entre você e os pais do fedelho (que são seus amigos ou amigos da sua esposa) o máximo que sai dos seus lábios é um “Olha, que bonitinho...quebrando meus cristais.... ele não é fofinho?”.
Seria o mundo diferente se todos nós falássemos exatamente o que nos vem à mente nestas horas? Com certeza, sim. Porém, seria diferente de maneira negativa. Relacionamentos seriam rompidos, amizades desfeitas, raiva, ira, rancor. As pessoas se isolariam mais ainda uma das outras, com receio de se relacionar com os outros. Ao invés de construirmos pontes, faríamos paredes. Por isso precisamos ser hipócritas sociais, para mantermos as aparências e podermos conviver pacificamente.
Porém, existe alguém com o qual essa hipocrisia não funciona, pois, mesmo que nossas bocas falem algo, Ele escuta as palavras do nosso coração. Não adianta tentar esconder Dele um sentimento, um conceito, um pensamento ou desejo. Não adianta tentar dizer com palavras diferentes, ou ainda, utilizar uma “máscara social”.

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras o meu pensamento (...). Ainda a palavra não me chegou à boca e tu, Senhor, já a conheces toda (...). Para onde me ausentarei do teu espírito? Para onde fugirei da tua face?”
(Sl. 139:1,2,4,7)


Diante de Deus não precisamos (e nem podemos) ser hipócritas, afinal, Ele sabe todas as coisas. Ele lê nossos corações, nossas intenções, conhece nossos pensamentos, nossos sonhos, desejos, frustrações, alegrias e tristezas. Diante Dele estamos completamente nus.


“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas”.
(Hb. 4:13)

Precisamos ser hipócritas sociais para mantermos a boa convivência, afinal, nem todos estão preparados para ouvir: “Nossa, essa sua roupa está ridícula”, ou coisas do gênero. Mas, diante do nosso Deus, podemos e devemos viver sem máscaras, sem bloqueios, pois Ele nos sonda e esquadrinha nossos corações. (Agora, espero que vocês botem em prática a hipocrisia social e digam que gostaram muito do texto... e eu também serei hipócrita e direi: “Imagina, escrevi rapidinho, nem gostei muito dele...”)

C.S.Brito 08.10.2007

quinta-feira, 14 de maio de 2009

AREIA NA CATRACA E NA CORRENTE


Lembro-me de uma época, não tão distante assim, quando eu ainda era uma criança, entrando na adolescência, quando ganhei minha primeira bicicleta como presente de natal. Foi uma festa, um sonho realizado. Certo dia, inventei de levar meu precioso presente de duas rodas à praia, pois queria mostrar para todo mundo a minha “bike”. O resultado daquele dia não foi muito bom. Ao retornar para casa percebi que a corrente e a catraca da bicicleta estavam cheias de areia misturada com a graxa e o óleo de lubrificação. Foi um terror, pois, quando eu começava a pedalar iniciavam os estalos frutos desta mistura, emperrando o movimento normal da engrenagem. Eu conseguia pedalar, mas com grandes dificuldades. E lá estava eu: Com uma linda bicicleta novinha em folha, mas que não desenvolvia da maneira esperada, porque estava cheia de areia na catraca e na corrente. Foi preciso retirar a corrente, desmontar a catraca, lavar tudo com óleo diesel e montar todas as peças novamente.
Existem crentes que possuem vidas mais ou menos como minha saudosa bicicleta: lindos externamente, mas que ainda não conseguiram se livrar das areias do passado nas correntes de suas vidas. São pessoas que já entregaram seus corações a Jesus, mas não suas vidas por completo. O resultado disso é que as engrenagens não trabalham livremente, de maneira bem lubrificada, criando o menor atrito possível. Costumo dizer que nossos corações tem várias portas, vários quartos, onde guardamos tudo. São quartos que precisam estar com as portas abertas para Jesus, pois Ele só entrará se deixarmos, Ele não vai forçar a fechadura ou arrombar as portas que não desejamos que sejam abertas, pois Ele mesmo diz, em Apocalipse “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei, jantarei com ele e ele comigo”.
Nossas bicicletas espirituais são mais ou menos assim: muitas coisas funcionam perfeitamente bem. A buzina, o guidão, o freio, a mola do banco, a pintura é linda, os cromados chamam a atenção de todos, mas muitas vezes existe areia na graxa da corrente ou da catraca. O pior de tudo é que existe crente que não se importa mais com o estalar da areia. Eles já conseguem pedalar em suas vidas tranquilamente, pois o desconforto dos estalos na engrenagem não lhes incomoda mais. Uma sonegação de impostos aqui, uma sentadinha na roda dos escarnecedores ali, uma fofoquinha crônica acolá, uma enganada no sócio da empresa mais à frente, um adulteriozinho mais tarde....tudo muito normal para alguns, pois “todo mundo faz”.
Temos que nos conscientizar que o único pó que Deus quer nas correntes de nossas vidas é o SAL do evangelho, para penetrar em nossas catracas e se misturar com o Espírito Santo que habita em nós. Essa mistura sim, é benéfica para nossas engrenagens. A Bíblia nos diz, em Eclesiastes, que o homem que passa sua vida toda sobre a terra e não se enche do bem, um aborto seria melhor do que ele. Palavras duras, escritas para corações duros, para vidas desregradas, para aqueles que brincam de ser crentes. Quem anda ou já andou de bicicleta sabe que não existe nada melhor do que pedalar suavemente, ouvindo apenas o som da borracha dos pneus no asfalto. Assim deve ser nossa vida cristã. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.


Claudio Brito 17.10.2007

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

SONHOS, CANSAÇO E MESMICE

Chega um momento na vida, não de todo mundo, eu digo, que os sonhos começam a envelhecer, tal qual a folhagem de uma árvore com as raízes podres, carcomidas pelas formigas do destino. Você não sabia? Os sonhos envelhecem, sim... Envelhecem e muitas vezes somem de nossas mentes cansadas das batalhas do dia, das batalhas da vida. A luta intensa pelo pão de cada dia nos faz definhar, como nossos sonhos, como a árvore de nossa existência. Pouco me importa se alguns analisam essas linhas como um texto depressivo ou desesperançoso, pouco importa... Na realidade, nenhum parecer destas pessoas mudará a verdade embutida nestas palavras.
Nossos sonhos atrofiam quando nos cansamos de perseguí-los, eles envelhecem quando não temos mais tempo para pensar neles. Morrem, quando os enterramos na constatação que só perdemos tempo lutando por eles. Não falo de sonhos grandiosos e utópicos, não! Falo de sonhos simples, como trabalhar em algo que você realmente gosta e sente prazer em fazer, nos horários em que você escolhe para fazer, tendo tempo para realizar outras tarefas prazerosas junto à sua família, filhos, até o cachorro! Porém, não é isso que acontece. Muitos não buscam nem mais o sucesso profissional, mas apenas a sobrevivência diária, e isso é muito cansativo! Nossas mentes, nossas vidas, nossas almas! Tudo que faz parte de nosso viver fica comprometido pela triste certeza que não vivemos, apenas trabalhamos, dormimos, fazemos sexo e dormimos... Apenas passamos um período chamado “chronos” (tempo) sobre a terra, antes de virarmos pó. Esse é o resumo da vida de milhões e milhões de pessoas.
A conclusão a que chegamos é que durante muitas horas do dia fazemos o que somos obrigados a fazer e em algumas raríssimas outras horas fazemos o que gostamos de fazer. Essa relação “custo x benefício” é injusta e sempre tende para o lado do custo, pois o benefício é somente a ilusória certeza de não nos tornarmos mendigos diante de uma sociedade capitalista e consumidora na sua essência. Para esta sociedade, pouco importam os meus sonhos, desde que eles sejam sobre adquirir um dos produtos que estão na moda e fazer a economia girar. Seu sonho é um carro? Uma casa? Um computador de última geração? Ótimo, parcele, faça um financiamento ou um consórcio!
Porém existem sonhos que não podem ser materializados num celular novo ou num automóvel... Muitos sonhos que já envelheceram e morreram eram apenas “tempo para viver a vida”. Tempo para ler um bom livro, conversar com a família, com os amigos, descansar durante a semana, ir a uma praia, ter mais tempo para conversar com o Criador do universo, meditar, acompanhar o crescimento dos filhos, dá-lhes a educação necessária, levá-los à praça, ao clube. Ter tempo para ajudar as pessoas, ser mais atencioso com o próximo, escutar a aflição e os problemas de alguém que precisa de conselhos........................... nada disso temos. Apenas a correria do dia-a-dia, transformando-nos em pessoas carrancudas, mau-humoradas, impacientes, sem tempo e estressadas, pois a busca pelo “ter” é mais importante (ou mais necessária) do que a busca pelo “ser”.
“Louco, esta noite pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?”
No fundo, no fundo, Salomão, em um de seus momentos de sabedoria, estava certo: tudo é vaidade... O pior é que temos que conviver com isso, pois não há como voltar à tranqüilidade do Paraíso Bíblico......... preciso findar essas linhas, pois tenho muitos relatórios para preencher, muitos e-mails para responder e diversos documentos para assinar...

C. S.Brito
06.02.2009

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O PECADO DA COCA-COLA


“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento e me levando cativo à lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm.7:22 a 24)

Se qualquer um de nós falasse as palavras acima, seria algo compreensível, já que estariam vindo dos lábios de pessoas que não carregam na bagagem cristã o título de apóstolo, tampouco o nome de Paulo de Tarso. Mas podemos contemplar neste texto a luta existente dentro do coração de um homem que se dedicava, desde a sua conversão, inteiramente à pregação do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Alguém que, aos nossos olhos, parecia ser “mais crente”, “mais santo” que qualquer outro dos apóstolos e discípulos. Podemos ver nestas palavras que, mesmo sendo alguém que respirava o evangelho, também sentia fraquezas, mas fazia de tudo para não ser dominado por elas. Pode parecer banal a comparação, mas você já parou para pensar que muitas vezes pecamos como quem quer tomar uma Coca-Cola estupidamente gelada, na tentativa de matar a sede? Nossa! Quando a sede bate de verdade, não pensamos em outra coisa, a não ser naquele líquido negro, a garrafa suada de tão gelada e adoramos quando abrimos a tampa e o gás escapando soa como uma melodia......fuuuut. Tomamos aquela maravilha, sentindo a garganta refrescar, até o fim, até o momento em que percebemos que a garrafa está vazia e............a sede não passou.Sabe por que a sede não passou? Porque a coca gelada não é capaz de matar a sede, somente quando tomamos água temos nosso desejo saciado. Mesmo sabendo, tendo consciência de que aquela “água gaseificada” misturada com xarope de cola, cafeína e corantes não vai saciar nossa sede, queremos tomar. Mesmo sabendo que engordaremos, que mais estrias aparecerão nos quadris (o terror das mulheres) mesmo assim queremos saciar nossa sede. Muitas vezes, ao pecarmos, agimos assim. Sabemos, temos consciência que aquele pecado não vai matar a sede de nosso corpo ou de nossa alma, não vai satisfazer nosso espírito, não contribuirá em nada com nosso crescimento espiritual, mas insistimos em querer tomar daquele líquido negro e doce....depois percebemos que de nada adiantou, porque quando tomamos o pecado, tal qual a coca-cola gelada, nos deixará com mais sede ainda.Que tal então tomarmos água? Mas tomarmos da Água Viva, que é Cristo? Ele disse à mulher samaritana que se ela tomasse da água que Ele tinha a oferecer, ela nunca mais teria sede. Se quando sentirmos vontade de pecar pensarmos que aquele ato que estamos prestes a cometer não vai satisfazer a sede das nossas vidas, então optemos pela água que Cristo nos oferece, que mata a nossa sede eternamente. Somente Ele pode nos libertar de toda e qualquer sede que porventura ainda residam nas nossas gargantas espirituais.

C.S.BRITO 10.05.2007

PAREDES MANCHADAS

Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”.(Rm 16:17)

Entre os vários escândalos que temos presenciado, envolvendo certa igreja evangélica (onde seus líderes auto-entitulam-se como “bispos”), o último deles envolveu a prisão deste casal em Miami sob a acusação de remessa ilegal de divisas, ou seja: Estavam levando dinheiro ilegalmente para fora do Brasil. E uma parte da bolada estava escondida dentro de uma Bíblia. Na manhã do outro dia a sede daquela igreja amanheceu com as paredes externas pichadas, onde palavras de baixo calão podiam ser lidas, contra os líderes da igreja. Logo a direção tratou de atenuar o vexame e rapidamente cobriu com sacos plásticos pretos as paredes que estavam manchadas.Diante deste exemplo, coloquei-me a perguntar ao vento: Numa situação como esta, quais paredes ficam realmente manchadas? As paredes daquela igreja ou as paredes do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo?Sabemos que o julgamento virá do Senhor, mas não podemos deixar de expressar nossa indignação diante dos fatos e provas cristalinas que a justiça brasileira e americana, juntamente com a mídia, têm apresentado quase que semanalmente a respeito desse caso.Os escândalos e tropeços provocados por homens que, durante toda a história da Igreja Cristã, estiveram no poder, no caso do Catolicismo, com seus Papas e Cardeais, e da igreja chamada Protestante, com seus reis e rainhas que alteravam as doutrinas e costumes da Igreja ao seu bel prazer para satisfazer interesses próprios, vêm manchando as paredes do evangelho, paredes estas levantadas ao custo do trabalho de pedreiros como Pedro, Paulo, Timóteo, Calvino, Lutero, Agostinho, Wesley, contemporâneos como Martin Luther King e Billy Graham e tantos outros, que colocaram durante os séculos e últimas décadas os tijolos maciços da doutrina dos verdadeiros apóstolos, deixada por Cristo. Paredes pintadas com o sangue dos mártires, que antes do “ter” preferiam “ser”. Preferiam ser de Cristo para ter a vida eterna. Preferiam ser usados por Deus para ter frutos (almas alcançadas).Cruzadas sangrentas, onde o cristianismo era pretexto para o domínio das terras e a difusão das rotas comerciais no oriente. Inquisição sem razão de existir, visando muitas vezes à divisão de reinos. Criação de novas religiões cristãs, para satisfazer reis que queriam o divórcio. Movimentos de homens, dos quais Deus estava bem distante. E assim, de maneira claudicante, a ação dos “cristãos” ia manchando as paredes do Cristianismo.Com a reforma protestante acharam que a pureza e a simplicidade dos apóstolos voltariam a dominar e levariam os homens de volta “ao primeiro amor”. Lutero começou, os homens deram continuidade e surgiram as igrejas Tradicionais (Luteranas, Metodistas, Anglicanas, Batistas*, Presbiterianas, etc). Era um tempo onde nos chamavam de “os bíblias”, “os crentes”, “os protestantes”. Com a mudança iniciada por Lutero nem tudo foram flores, pois a perseguição era dura, mas as Tradicionais foram crescendo, se espalhando pelo mundo gradativamente, de maneira ordeira, sólidas nas suas doutrinas, mas, de certa forma, andando a passos lentos. Com as inconformidades internas acontecendo e demonstrando atitudes divergentes das doutrinas pregadas, grupos se desligaram das Tradicionais, trazendo à vida as chamadas igrejas pentecostais. Foi uma explosão! Andavam em passos mais rápidos que as Tradicionais, quase que correndo, empurradas pelo “fogo” e contando com a ajuda da história mundial para crescer (os países orientais começaram a abrir as portas para outras religiões, o bloco comunista – liderado pela então União Soviética – começou a deixar a famosa “cortina de ferro” entreaberta para a entrada das religiões, veio a queda do muro de Berlim, transformando as Alemanhas de então numa só). Porém, como o homem nunca está satisfeito, das Pentecostais surgiram as Neo-pentecostais, e dessas vieram as Comunidades e ainda, destas últimas, as igrejas com nomes no mínimo vexatórios (como a Igreja doCuspe Divino, por exemplo). Com todas essas divisões no meio dos “crentes”, alguém colocou todas as denominações no mesmo saco, sacudiu bem e houve a mudança de nossas identidades: todos passaram a ser chamados de evangélicos. Então houve uma borrifação das doutrinas pelas centenas de igrejas que surgiram, misturadas com as mandingas e simpatias de cultos pagãos e cristãos variados (fita no braço, novenas, água benta - do rio Jordão -, óleo santo, óleo secreto, fogueiras santas, chaves santas, etc). Muitos adeptos de cultos afro, acostumados com a relação de antes, onde precisavam oferecer algo em troca do serviço dos santos e entidades, vieram para as igrejas e por falta de ensino correto, continuaram a achar que a relação com Deus também deveria ser da mesma forma e a barganha com Ele prosseguiu. Os sacrifícios, as ofertas, o dinheiro! É o que podemos chamar de “doutrinas transgênicas” (alteradas, adaptadas, modificadas na essência), ou “sincretismo doutrinário”.“Ninguém me perguntou se eu queria ser chamado de evangélico!!! Acho que eu tenho o direito de escolher!!!”Porque essa confusão doutrinária? Principalmente pelo fato de não haver preparo espiritual e acadêmico (bíblico) dos pastores, bispos, obreiros, reverendos, etc, que muitas vezes aceitaram a Cristo há vinte dias, se batizaram há quinze dias e há dois dias foram consagrados como ministros do evangelho e colocados como líder de uma “filial” da igreja sede, que funcionam como empresas e a benção é medida pela arrecadação mensal de cada uma delas. Se recolhem pouco, o líder-gerente é mudado. O problema, em toda a história, não é a grande ramificação de igrejas e denominações existentes. Não. Não importa se existem centenas! Desde que todas elas pregassem e ensinassem a doutrina dos verdadeiros apóstolos. O evangelho puro, simples, cristalino, como Cristo demonstrou ao falar com a mulher samaritana, ao falar com o povo no célebre sermão do monte ou na celebração da ceia ou ainda em tantas outras situações. Mas isso não ocorreu, pois a tese de que a história humana sempre se repete foi comprovada. A grande maioria das igrejas evangélicas foi tomada, possuída pelo espírito das cruzadas, da inquisição e das atitudes hediondas que no passado caracterizavam uma igreja corrupta, que vivia de indulgências e que vendia a salvação (tanto dos vivos quanto dos que já haviam morrido). Práticas que Lutero era veementemente contra. Outras criam mazelas doutrinárias, como a proibição da celebração do Natal por associarem a uma festa do paganismo, ou a não comemoração dos aniversários, por ser mais um ano que se aproximam da morte.E então me vem uma outra dúvida: Será que vamos chegar ao nível de precisarmos de uma “contra-reforma protestante”? Sim, uma reforma dos “protestantes” contra os “evangélicos”?.Porém, um dos maiores problemas encontrados, quando tratamos das manchas que sujam as paredes da igreja de Cristo, são os falsos profetas, alguns mágicos, como Simão, tratado em Atos dos Apóstolos, que acham que podem comprar o poder do Espírito Santo. São homens e mulheres capazes de ludibriar as pessoas que de coração procuram conhecer Deus, pessoas que desejam Jesus de verdade nas suas vidas e vão atrás das doutrinas transgênicas ensinadas por esses mestres do inferno, que muitas das vezes querem apenas arrecadar, juntar e multiplicar os dízimos e ofertas para a satisfação pessoal, pois, para eles, o reino da terra é mais importante que o Reino de Deus. As paredes do evangelho são manchadas, pichadas mesmo, quando podemos ver em rede nacional escândalos como estes, onde os fiéis são taxados de “otários” pelos incrédulos e pelos de religião divergente. A prosperidade material não é proibida por Deus, mas a cobiça sim! Que o diga Abrahão, Davi, Salomão, Jó, José do Egito, que foram prósperos, mas nenhum destes homens obteve a sua através do engano, do furto, do desvio, do estelionato! Certa vez ouvi da boca de um obreiro de uma destas igrejas Neo-pentecostais: “Por Jesus, vale até gol de mão”, justificando que os fins justificam os meios na obra de Deus. Será que vale mesmo? Gol de mão é algo errado, proibido. Jesus não faria um gol com a mão, tampouco ensinaria (doutrinaria) alguém a fazê-lo. Mas muitas igrejas estão fazendo gols sem os pés e ensinando isso às suas ovelhas.“Senhor, eu quero voltar a ser chamado de “protestante”*!!! Tenho saudades dos anos em que me chamavam de “crente”e esses escândalos eram beeeeeeem menores, quando andávamos mais devagar, mas a doutrina era forte!!”.Sabemos que o sangue de Cristo (o sacrifício na cruz) é poderoso para pintar novamente, sempre que necessário, as paredes manchadas da Igreja, sem precisar esconder nada com sacos plásticos pretos, pois as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã. Mas a penalidade virá sobre aqueles que, se dizendo irmãos, zombam da repreensão de Deus (com esses, nem sequer comais, diz o apóstolo Paulo) que certamente virá, pois o preço pago no Calvário, somado ao sofrimento dos mártires, foi muito alto, caríssimo, para que meros mortais, sem temor de Deus, meliantes em potencial, sem caráter cristão, venham a manchar as paredes do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ai do mundo, por causa dos tropeços! Pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier!” (Mt 18:7)".

Protestantismo: significa o grupo de príncipes e cidades imperiais que, na dieta de Speyer, em 1529, assinaram um protesto contra o Édito de Worms que proibiu os ensinamentos Luteranos no Sacro Império Romano. A partir daí, a palavra "protestante" em áreas de língua alemã ainda se refere às Igrejas luteranas, enquanto que a designação comum para todas as igrejas originadas da Reforma é Reformado, no Brasil usa-se o termo Evangélico para dizer protestante.

C.S.Brito - 12.01.2007

PREPAREM-SE!! VEM POR AÍ OUTRA REFORMA!


Isso não é uma profecia, apenas uma conclusão a que chego após considerar certas mudanças comportamentais que vêm acontecendo no decorrer dos últimos vinte anos. Se você tem vivido no planeta terra nos últimos quatrocentos anos então você sabe que a Reforma Protestante foi um marco que realmente subdividiu a história, que antes era apenas dividida em A.C. e D.C. Martinho Lutero, monge católico instigou a mudança necessária à época, uma vez que a Igreja Oficial estava corrompida e criando doutrinas sobre doutrinas, de acordo com a necessidade do clero, entre elas, a venda descabida das indulgências e o pagamento por vagas no céu, inclusive para pessoas que já haviam morrido.
Lutero nunca quis deixar de ser católico, mas apenas que a sua Igreja vivesse o cristianismo verdadeiro, puro e simples, como era pregado por Jesus e que a bíblia pudesse ser lida pelo povo e para o povo. Não conseguiu, por isso precisou romper seus laços com a batina. Desde lá vimos acompanhando o desenvolvimento da “nova doutrina” até vê-la, já no século XX, solidificada como instituição separada do Estado e ramificada de um tronco comum, o Luteranismo, em um punhado de denominações tradicionais, como Anglicanos, Presbiterianos, Batistas, Adventistas, etc. Pois bem, de simples reuniões de oração em um galpão nos Estados Unidos, lideradas por William Seymour, surge a Missão da Fé Apostólica da Rua Azuza. Alguns fiés não concordaram com a denominação do grupo e com isso surgiram grupos independentes que emergiram em denominações. Também algumas denominações já estabelecidas adotaram doutrinas e práticas pentecostais, como é o caso da Igreja de Deus em Cristo.
Mais tarde, alguns grupos ligados ao movimento pentecostal começaram a crer na doutrina do unicismo em vez da trindade. Com o crescimento da rivalidade entre esses dois pensamentos, ocorre um cisma e novas denominações nasceriam, como a Igreja Pentecostal Unida (Unicista) e as Assembléia de Deus (trinitária). Quando o pentecostalismo aterrisou no Brasil, através de dois missionários, e se alojou primeiramente nos porões da Primeira Igreja Batista do Pará, ninguém fazia idéia do crescimento que teria, o que aconteceu em pouco tempo. Porém daqui desencadeou-se os defensores do neo-pentecostalismo, e ali, há quase 100 anos atrás, acendeu-e o estopim para a futura reforma que estamos preconizando nestas linhas. Como fogo sobre o mato seco, os neo-pentecostais foram “queimando” o solo brasileiro, atingindo os lugares onde os “protestantes tradicionais” não se preocupavam em alcalçar, utilizando a tecnologia em seu favor (emissoras de rádio e televisão), enquanto os tradicionais adotavam uma postura de “deitado em berço esplêndido”. Resultado? O Brasil está sendo evangelizado através de uma doutrina que, de bíblica tem apenas Jesus como filho de Deus e salvador de nossas almas. Seguindo grandezas inversamente proporcionais, enquanto os pentecostais e neo-pentecostais (AD, IURD, IEQ, IUG, TJ, etc) vinham crescendo de forma avassaladora, as igrejas católicas vinham perdendo seus membros e congregados, pois não conseguiam atender ao anseio de seus devotos, que estavam se convertendo aos apelos de prosperidade financeira, cura de todos os males (físicos e espirituais), vitórias constantes na vida e bençãos sem fim, em troca (barganha) de um ato de fé medido através das ofertas entregues aos bispos, apóstolos e ministros. Com essa aquisição de novos adeptos, e a prospecção de conseguir muito mais seguidores (e dinheiro) a doutrina precisava ser “incrementada”. Então as mandingas e crendices populares ou religiosas do “povo que andava em trevas” começaram a ser introduzidas nos ritos destas igrejas. Hoje encontramos crentes com fita no braço (alusão às fitas de proteção do Senhor do Bonfim), crentes tomando banho com a água do rio Jordão (alusão aos banhos de cheiro dos umbandistas), recolhimento de objetos (fotos, peças de roupa) de um ente querido para orações sobre eles ou a queima dos mesmos (alusão a bruxaria e simpatias). Óleo ungido sobre a cabeça (alusão à água benta). “Vales de sal” grosso, onde o fiel anda descalço para ser purificado e abençoado (alusão ao Círio de Nazaré e aos sacrifícios e auto-flagelos realizados em busca de perdão). Crentes fazendo novena, assoprando cornetas (como Josué mandou o povo fazer para derrubar as muralhas de Jericó) para derrubar as muralhas de suas vidas, levando para suas casas rosas perfumadas com o aroma de Cristo para abençoar e perfumar seus lares, e por aí vai. Ou seja, retornamos à fase histórica onde o homem achava que precisava fazer alguma coisa para ajudar Deus na sua salvação. “Eu preciso fazer algo por mim, por isso eu uso esse lenço ungido!” . Esse é o pensamento de muitos.
Mas alguém pode perguntar: De onde vai surgir essa nova Reforma? Eu respondo: do seio da Igreja Católica. Sabe como? Quando ela voltar a cativar os que ainda não foram convertidos pelos “pents” (pentecostais e neo-pentecostais). E isso já está acontecendo. Largue um pouquinho o copo d´água que estava sobre o seu rádio e preste atenção nesses fatos. Tenho acompanhado (à título de curiosidade e análise) algumas “reuniões” de grupos católicos cristãos, como eles gostam de ser chamados. Não são carismáticos e nem gostam de ser confundidos com estes. Quem prega não é um bispo, pastor ou padre, e pode ser um homem ou mulher. Jesus é o centro das prédicas, só se fala Nele e tudo é sobre Ele. Convidam você a orar e não a rezar e os santos católicos não são louvados nem aceitos e Maria é apenas bem-aventurada e a mãe de Cristo, nada mais que isso. Resultado? Estou gostando. Eu, que sou crente tradicional batista, estou gostando do que a tv tem me mostrado. Se eu que já tenho minha fé e minhas convicções formadas, estou gostando, imaginem os que estão por aí, ávidos por Deus, mas que querem fugir do rótulo de “protestante” ou “evangélico”. E, depois de Jesus, o assunto que mais é debatido nestas reuniões é a mandinga e simbolismos utilizados pelos “pents”. Ou seja, esses católicos cristãos sabem, pela bíblia, que essas crenças são erradas e até condenadas pelas Escrituras. Eles estão fazendo exatamente o que Jesus disse para que fizéssemos: “Ide, por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Eles estão pregando o evangelho puro, simples e eficaz, sabem por que? Porque o evangelho é isso. É simplicidade, para que qualquer douto ou ignorante possa entender a mensagem de salvação. Eles já entenderam que quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo é o Espirito Santo e não as “novidades doutrinárias” pregadas. O evangelho não precisa do retoque dos homens, dos acréscimos terrestres, das invensões dos líderes, não...o evangelho já tem Jesus como único e suficiente salvador. Nele (Jesus) não precisamos de fita no braço, pois Ele segura nossas mãos. Não precisamos de óleo ungido sobre nossas cabeças, pois já fomos batizados no Espírito Santo de Deus! Não precisamos de rosas perfurmadas dentro de casa, pois o aroma do cristão verdadeiro, por causa de Cristo, é que preenche o ar dos lares. Sal grosso? Só pra temperar o churrasco mesmo, pois o sacrifício maior Jesus pagou na cruz, não precisamos de outro sacrifício, muito menos nosso! Água e eletricidade não combinam, você pode tomar um choque elétrico colocando um copo sobre o rádio! Que tal apenas orar ao Senhor? Antes não havia o rádio, sequer eletricidade. Será que Deus não abençoava porque não tinha uma outra maneira para que o poder Dele pudesse ser transportado até seus avós?
Católicos Cristãos, continuem assim, pregando o evangelho verdadeiro, sem “inovações” ou “doutrinas de demônios”. Quem sabe, mais a frente, algumas denominações evangélicas acordem e comecem a fazer o mesmo, assim que entenderem que somos salvos pela graça e pelo amor de Deus, não por intervenção ou invensão humana.

C. S. Brito 14.11.2008

PÃO E CIRCO


Um dentre os vários motivos que mantiveram Roma em seu apogeu foi a chamada “política do pão e circo”. A idéia era simples, porém eficaz: O povo precisava comer, então qual seria a melhor solução para o império? Dar-lhe pão para iludir a fome (até porque a quantidade distribuída não dava para saciar a fome, mas apenas enganá-la). O povo precisava se distrair, evitando assim passar muito tempo pensando nos problemas que assolavam Roma; as pessoas precisavam de diversão!Então, qual seria a melhor saída para isso? Dar-lhes com o que se divertir, ocupar o tempo de suas vidas e suas mentes, então chamavam os artistas circenses e os colocavam para distrair as multidões. Assim Roma conseguiu, durante muitos e muitos anos, empurrar para debaixo do tapete vermelho muitos problemas, erros, injustiças, intransigências e inflexibilidades de seus “Césares”. Enquanto a massa amenizava sua fome e era distraída, seus pensadores, filósofos, professores, mestres e formadores de opinião eram presos, mortos ou exilados. Os poucos que apontavam as coisas erradas eram silenciados sumariamente, tudo para que a suposta “PAX ROMANA” reinasse durante os períodos pós-guerra.
O que isso tem a ver com a igreja hoje? Bom, se deixarmos de lado um pouco o pedaço de pão que nos deram para comer e esquecermos momentaneamente o “espetáculo” que os púlpitos têm nos proporcionado durante os últimos anos e domingos de culto vamos poder pensar de maneira racional e perceber que muitas igrejas, independente da denominação estampada no peito de sua membresia, estão adotando a tática romana de nos entregar elementos que ajudam a enganar nossas carências físicas e psicológicas, mas, no fundo, não estão conseguindo preencher a lacuna da carência de Deus em nossas vidas e em nossas almas.
Não gosto muito de utilizar exemplos seculares em assuntos espirituais, mas como até as Escrituras dizem que “as pedras clamarão”, então tomei a liberdade de pegar um trecho de uma música do grupo Titãs, que resume o anseio das multidões:

“Bebida é água. Comida é pasto. Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte”.

Basicamente as igrejas hoje estão vivendo dessa maneira. O conteúdo de seus cultos é triste. Estão dando feno como alimento àqueles que freqüentam seus santuários. A liturgia tem que caminhar junto com o cronômetro, pois o ritual tem que ser impecável ao mesmo tempo em que o horário britânico para término tem que ser seguido à risca, independentemente se o Espírito Santo quiser falar mais um pouco. E as pregações, então? Não se fala mais de inferno, de diabo, de pecado, de arrependimento ou da volta de Cristo. Não se exorta mais o povo pelo microfone. Não.......hoje existem adaptações para essas palavras. Inferno é o “lado negro”, o diabo é o “inimigo”, pecado agora é apenas “erro” ou escorregada, arrependimento é “repensar atitudes” e a volta de Cristo....bem, esse assunto só tem importância para as igrejas Adventistas do 7º dia.
Alguns pastores defendem essa maneira de agir dizendo que as pessoas já tiveram uma semana difícil de trabalho, estudo, estresses e problemas e não querem ir à Igreja para ouvir “sermão”, mas sim escutar a “Palavra”. Por isso aboliram de suas prédicas a exortação e a chibatada (mesmo quando a membresia precisa ter a orelha puxada) e optaram por uma exposição positivista da mensagem bíblica. Resolveram trocar repreensões como “Conheço as tuas obras e bem sei que não és quente nem frio, mas morno e por isso vomitar-te-ei de minha boca” e optaram por “Mil cairão à tua direita, dez mil à tua esquerda, mas tu não serás abalado”. Falar sobre “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, se converter de seus maus caminhos, etc, etc”, nem pensar!!! Porém, pregar que “somos mais do que vencedores” dá mais Ibope.....é melhor dizer que o irmão é o Super-homem do que dizer para ele que Deus está de olho nas suas atitudes erradas e seu pecado ou que ele não passa de um grão de areia e que a vida dele é como um vapor que logo se esvai.
E o que me deixa mais estupefato é perceber que as igrejas tidas como tradicionais (impulsionadas por seus líderes e administradores) estão caminhando no mesmo rumo, pegando carona na estratégia do pão e circo, pois esta manobra ajuda a manter os “sócios” do clube chamado igreja e impede que eles debandem para outros arraiais. Por que o irmão precisa ir para a igreja tal se aqui em nossa igreja também oferecemos “comida, diversão e arte”? Por que a irmã precisa procurar respostas em outras igrejas se aqui na nossa oferecemos “saída para qualquer parte”?
E, dessa forma, a doutrina bíblica, pura, cristalina e correta, vai sendo deixada de lado e as igrejas vão se transformando em piscinas para crianças (azuis e rasas) oferecendo outro pão (que não é o pão da Vida) ao passo que o diabo (DIABOOOO!! Assim mesmo, sem medo de falar dele!) vai arrastando cada vez mais pessoas ao INFERNOOOO! Por causa de seus PECADOS, da PODRIDÃO de suas vidas sem Deus, pois nunca ouviram dizer que JESUS SALVA E QUE UM DIA VOLTARÁ! Não.... não querem mais pregar sobre isso. Coisas como essas agridem o amigo visitante e constrangem o irmão que o convidou... é melhor que essas coisas sejam empurradas para debaixo do tapete vermelho....onde os “Césares” podem facilmente pisar.
Igrejas que deixam Jesus à porta, apenas batendo, querendo entrar, estão fadadas a serem meros clubes terapêuticos para que seus membros participem de suas dinâmicas de grupo e rituais com o intuito de aguentarem mais uma semana de pressão e problemas do dia-a-dia até retornarem, mais uma vez às “quatro paredes santificadas”. Igrejas que não investem no estudo da Bíblia, na capacitação de seus professores e na doutrina que abraçam (se é que abraçam alguma) estão fadadas ao “inchaço” e não ao crescimento. Elas ficarão como o peixe Bacu, inchado, mas cheio de vento. O crescimento de uma igreja não se mede apenas pela quantidade de membros, mas também pela qualidade do aprendizado destes. É triste ver que muitas pessoas, com anos e anos de igreja, precisem voltar ao “jardim de infância bíblico” porque chegaram à conclusão de que sabiam pouquíssimo sobre Aquele que é a razão de nossa fé. Mas, por outro lado, até me alegro, por constatar que essas pessoas perceberam que passaram anos e anos dentro de suas igrejas participando apenas como a plebe romana: sendo alimentada com pão e divertida com circo....
Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça. Quem tiver tempo, entre um pedaço de pão o os malabaristas, pense...

C.S.Brito
30/08/2008

TECNICAMENTE FALANDO...

Acho bastante interessante esse início de muitas frases ou explicações que ouvimos por aí, onde sempre tentam, de uma maneira mais rebuscada, justificar ou expor um fato ocorrido. O mais novo exemplo disso é a explicação de um jurista sobre a situação do banqueiro criminoso (ou seria um criminoso banqueiro?) Salvatore Cacciola, que, “tecnicamente falando”, não seria considerado um fugitivo da justiça brasileira. Eu também entendo um pouquinho de leis e verifico como, tecnicamente, algumas situações são interessantes. Se sua bolsa sumir de cima da mesa da lanchonete você não foi roubada e sim, furtada. Se a mãe, logo após o parto, mata propositalmente o nascituro ela não comete homicídio, mas tecnicamente cometeu o chamado infanticídio. Quando digo que alguém “faltou com a verdade”, tecnicamente estou chamando o cidadão de mentiroso, se não existe nenhuma lei que proíba algo, tecnicamente, existe a permissão para se fazer ou deixar de fazer; e por aí vai....
Como, a meu ver, tudo na vida converge para o campo espiritual, não poderia deixar de fazer as devidas comparações “técnicas” de muitas situações humanas que refletem a conduta espiritual (certa ou errada) de muitos que acreditam, pelo menos de maneira técnica, que suas crenças são corretas. Comecemos pela paternidade de Deus. “Tecnicamente” todos os homens são filhos de Deus, porém, no evangelho de João, capítulo primeiro, podemos constatar, “verdadeiramente”, que somente àqueles que aceitam Jesus como o salvador de suas vidas recebem o poder de serem chamados “filhos de Deus”. Então, verdadeiramente, todos nós somos criaturas de Deus, porém nem todos são filhos. Existe uma situação “sine qua non” para ser filho de Deus: aceitar Jesus como o único e suficiente salvador de sua vida.
“Tecnicamente falando” Jesus não precisava ser batizado, uma vez que o batismo simboliza a morte do homem para o pecado e a ressurreição para uma nova vida. Já que Cristo não tinha pecados ele não precisava de uma nova vida. Porém, “verdadeiramente” era preciso que, como Ele mesmo disse, a Lei fosse cumprida, e ninguém melhor do que Ele para dar o exemplo a ser seguido.
“Tecnicamente” o inferno é aqui...pelo menos ouvimos muitos utilizando esse ditado popular para justificar o sofrimento humano do dia-a-dia, as injustiças sociais, as doenças, a violência. Mas, “verdadeiramente”, o inferno não é aqui, se comparamos com o inferno bíblico podemos dizer que o Paraíso é aqui, já que “verdadeiramente” o inferno é um local de dor e ranger de dentes, onde a separação entre Deus e o homem trará a este último o desespero total, a agonia eterna, a queimação da alma, que nunca cessará... Em Lucas, capítulo 16, encontramos a parábola do rico e Lázaro, onde o inferno é retratado como um lugar de fogo ardente e intenso, de onde o rico suplica que Lázaro pelo menos molhe as pontas dos dedos e refresque a língua daquele homem atormentado. “Tecnicamente falando” é uma parábola...mas já notaram que é a única usada por Jesus na qual Ele cita o nome de alguma pessoas? (Lázaro e Abrahão). Para muitos estudiosos, verdadeiramente Jesus estava dizendo: “É uma metáfora, mas é assim que as coisas acontecem na prática”.
Na 2ª Epístola de Pedro, no capítulo 2, lemos que Deus não perdoou nem os anjos que pecaram (mais fortes e poderosos que os homens) ao darem ouvidos a Lúcifer, por isso Ele os lançou no inferno. Não pense o homem que a rigidez do julgamento de Deus será baseada em termos técnicos, pois, “tecnicamente” muitos acreditam que vão para o céu por serem apenas pessoas boas: não matam, não roubam, dão esmolas, são fiéis, amam os pais e até acham Jesus um cara muito legal, mas o apóstolo Paulo, na sua Epístola aos Efésios, capítulo 2, nos diz: “Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus, não vem das obras para que ninguém se glorie.” O problema é que, verdadeiramente, o inferno estará cheio de pessoas boas e bem intencionadas, o que, aos olhos humanos, será uma grande injustiça de Deus, afinal, “tecnicamente”, o inferno é feito para os assassinos, bandidos, estupradores, políticos, advogados (opa!), prostitutas e afins. Porém, o fato é que a justiça de Deus é ímpar, excede todo o nosso entendimento, pois ao olhar para um homem extremamente religioso como Nicodemos, Ele disse: “É preciso que você, mesmo com toda sua religiosidade, nasça de novo! (senão vai para o inferno)”. Mas também Ele nos surpreende quando, na cruz, ladeado por dois criminosos, ouve o seguinte pedido de um deles: “Senhor, lembre-se de mim quando entrares no Teu reino!”. Ao que Jesus prontamente respondeu: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Assim é Deus, assim é Jesus: Oferecem o céu a um criminoso arrependido, alguém que, pelo nosso julgamento, “tecnicamente” estaria destinado ao inferno...

C.S.Brito 17/07/2008

QUEM ESTARIA NO SEU INFERNO ??


Suponhamos que, por um instante, Deus delegasse a você a grande responsabilidade de escolher as pessoas que deveriam, pelo seu julgamento, ir para o inferno. Quem faria parte da sua “lista negra”? Vamos lá, deixe de falsa modéstia, dizendo: “Ora, quem sou eu para Deus me escolher...” Lembre-se, é apenas uma suposição, por isso, vamos trabalhar com essa remota hipótese. Diga-me, quem estaria na sua lista? Aquele infeliz que lhe batia no colégio na época em que você era criança? Nunca conseguiu esquecer dele, não é? Ou aquela chata que puxava seu cabelo ou que roubou seu namorado na adolescência? Talvez aquele professor que, só de pirraça, lhe deixou reprovado em uma matéria por menos de um ponto....é....esse com certeza vai estar na sua lista. Quem? Ah, sim, claro, aquela ex-namorada que te deixou por causa de um carinha que tinha mais “caráter” na carteira e uma “personalidade” de quatro rodas enquanto você andava de ônibus. Essa também, definitivamente, vai fazer parte da sua lista, ainda mais se você a considera como o grande amor de sua vida. Seu chefe? Bom....tem cada chefe por aí, não é mesmo? O cobrador do ônibus, que sempre fica com dez centavos do seu troco? Seu vizinho, quando coloca para tocar aquele brega “dos infernos”?
Mas não podemos esquecer daquele colega de trabalho que enche a sua paciência, ou aquele que fica ironizando a sua escolha religiosa e faz gracinhas dignas de um cruzado de direita no meio do nariz.... vai dizer que nunca deu vontade de socar a fuça daquele talzinho? Fala sério....
Mas saiamos do seu círculo de inimizades e de suas memórias traumatizantes e olhemos de maneira global para as incontáveis possibilidades de alguém ser lançado no inferno por você. Políticos? Claro, muitos você faria questão de empurrar pessoalmente da beira do abismo direto para o lago de fogo e enxofre. Ditadores? Assassinos? Traficantes? Drogados? Corruptos? Adúlteros?
Partamos agora para seu critério de avaliação. Você mandaria essas pessoas (ou as que estão passando pela sua cabeça agora) para o inferno baseado em que? No princípio da justiça divina ou no princípio da vingança (retribuição da ação ou omissão na mesma medida e maneira)?. Se sua base for o princípio da vingança, deixe eu lhe contar um segredo. Lá na epístola de Paulo aos Romanos, ele nos diz: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”(12:19).
Dessa forma fica complicado você querer uma punição à altura (ou à profundidade, já que estamos falando do inferno) uma vez que o próprio Deus está nos orientando a não buscarmos esse sentimento do mal chamado vingança. Confesse...acabei de lhe decepcionar, não foi? E se você não buscar a vingança mas esperar pela justiça (ou ira) divina espero que você esteja preparado para aceitar as ações de Deus, uma vez que essa justiça pode ser completamente diferente do que você imagina. Sabe aquele vizinho “bregueiro”? Pois é...a justiça de Deus pode ser que ele se converta, e mais! Na igreja que você freqüenta! Sabe aquela ex-namorada que te trocou por alguém granado? Não se espante se um dia, de acordo com a vingança de Deus, ela e o atual namorado se converterem na igreja que você freqüenta e venham cantar ao seu lado no coral! Você está preparado para esse tipo de justiça? Já pensou que alegria seria ver seu chefe chato aos pés de Jesus?!! Nossa! Seu chefe, um crente! Quem sabe, qualquer dia ele vai estar dando aula na Escola Bíblica Dominical!!E você vai ser aluno dele!! Hahahahaha!! Desculpe, desculpe...não pude me conter, por um momento imaginei sua cara de decepção com Deus..rssssss.
Agora, falando extremamente sério. Não esperemos que Deus utilize nossos parâmetros de justiça, de vingança, de retribuição. Sabemos que o salário do pecado é a morte, seja essa morte física ou espiritual. Sabemos que muitos, por suas vidas desregradas e irresponsáveis, vão morrer sem conhecer Cristo e, por isso, vão para o inferno mesmo. Mas, enquanto o homem é especialista em transformar bênçãos em maldições, nosso Deus é expert em transformar as maldições em bênçãos. Ele é especialista em pegar vidas quebradas e despedaçadas e transformar em vasos novos, prontos para serem usados. É justo que alguém, que passou a vida toda praticando o mal, de uma hora para outra mude de vida e tenha o mesmo “direito” que você tem de ir para o céu?? Sim! Primeiro porque não temos direito a nada, pois somos salvos pela GRAÇA de Deus e não por nossas obras ou feitos. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”(Ef.2:8). Deus não olha nosso “Curriculum Vitae” para nos conceder salvação. Ele olha para o coração das pessoas e não leva em conta o período da ignorância de cada um. “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At.17:30).
Depois destas breves linhas espero que você pegue a sua lista de pretensos inquilinos do inferno e comece a orar por todos os nomes que estão lá e que talvez, até inconscientemente, já tivessem sido julgados e condenados por você ao fogo eterno, ao lugar de choro e ranger de dentes...

C.S.Brito
15.10.2008
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